A Amazônia Brasileira pode ter sido berço de uma das civilizações mais antigas de todos os tempos. É o que indica análise do mapeamento feito com a tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging), em Apiacás, no Estado do Mato Grosso (MT). Captada por avião, a tecnologia utiliza pulsos de laser capazes de penetrar na vegetação sem precisar desmatar a floresta. As imagens, reveladas neste domingo (7), em live no canal do YouTube Dakila Pesquisas – uma associação de pesquisadores independente, mostram que o local sofreu intervenção do homem.
Conhecido como Linhas de Apiacás, a área apresenta vários padrões retilíneos e perpendiculares que podem ser vistos a olho nú. Aparentemente, as linhas tratam-se de quadras e ruas. Segundo datação realizada com chumbo por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Rio Claro (SP), o grupo de rochas que o local está assentado tem cerca de 1.5 bilhão de anos.
“Foram mais de 30 anos de pesquisas para chegarmos a este local, que pode ser uma das maiores descobertas dos últimos tempos: Ratanabá, a “Cidade Perdida” na Amazônia Brasileira. Segundo nossos estudos, Ratanabá foi a capital do mundo, construída pela civilização pré-diluviana Muril, e sua extensão vai além da Amazônia Brasileira, com ramificações por todos os continentes do planeta”, afirmou Urandir Fernandes de Oliveira, presidente da Associação Dakila Pesquisas, que conta com 16 bases de estudos em estados da Amazônia, como Rondônia, Amazonas, Amapá, Roraima e Acre.
Em junho, com autorização do Ministério da Defesa do Brasil e com recursos próprios, os pesquisadores utilizaram duas aeronaves para sobrevoar e rastrear a região com a tecnologia LiDAR. Na época, foram divulgadas surpreendentes imagens aéreas da região, que viralizaram nas redes sociais e chamaram a atenção de vários veículos de comunicação. Ratanabá ganhou destaque no Google Trends, demonstrando a curiosidade de pessoas pelo assunto no mundo todo.
Durante a transmissão da live, o geoarqueólogo, Saulo Ivan Nery, apresentou uma análise preliminar da paisagem. Segundo ele, a presença dos traços retilíneos se diferencia dos padrões erosivos naturais da região, apontando origem antrópica (ação do homem) nas estruturas. “Estudos científicos mostram que não há falhas geológicas na região, o que descarta ser um padrão natural. Fica nítido que os padrões erosivos atuantes na região durante bilhões de anos construíram formas bem diferentes das identificadas pelo método LiDAR”, esclareceu Nery.
Levantamentos topográficos e das bacias hidrográficas realizados pelo Exército Brasileiro e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram utilizados neste estudo comparativo com as imagens do LiDAR, e confirmaram a intervenção humana. “O mapa das águas mostra que o padrão identificado dos rios é semelhante ao dendrítico, ou seja, não há nenhum padrão de rio retangular ou paralelo que justifique as linhas retilíneas da área, muito menos apoio paisagístico de que o relevo construiu isso”, explicou o geoarqueólogo.
A região monitorada pelo LiDAR nas Linhas de Apiacás possui 95 hectares e a planta baixa do local indica, no mínimo, 30 quadras e 30 ruas. A rua principal supera 16 quilômetros de extensão. As estruturas têm, no mínimo, 50 metros de altura em relação ao solo.
Construções
Imagens aéreas realizadas nas Linhas de Apiacás registraram duas possíveis torres. A primeira tem cerca de 71 metros de altura e 14 metros de largura e a segunda tem 49 metros de altura por 7 metros de largura. “As possíveis torres se destacam do padrão original da vegetação ao redor, que têm árvores com troncos muito finos e vegetação rasteira. Próximo delas, tem um buraco de 18 metros de diâmetro, que pode ser a entrada de uma das galerias que compõe o Caminho do Peabiru”, disse Urandir.
O Caminho do Peabiru são trajetos que cortam o continente sul-americano e se interconectam criando uma estrada com ramificações subterrâneas e de superfície que partem de Ratanabá. As pesquisas indicam que estas galerias foram também foram construídas pela civilização Muril.
Outro indício de construção foi verificado em uma das imagens do LiDAR. “Parece uma varanda de uma grande construção. Ela tem 22 metros de largura por 8 metros de altura. Trata-se de uma estrutura côncava que daria para entrar dentro”, contou a pesquisadora Fernanda Lima.
Civilizações
O presidente do think tank Dakila Pesquisas mostrou o que aparenta ser moedas ou medalhas de metal encontradas na Amazônia. “Elas trazem imagens que lembram a Meduza, as Amazonas, o Olho que Tudo vê. Como pode uma civilização aparentemente primitiva usar metal? Outra curiosidade é que este material após ser molhado, seca imediatamente”, revelou Urandir.
Foram mostradas ainda fotos de baú e de uma espada metálica com acabamento refinado; de uma pedra que emite luz há mais de 20 anos, constantemente, sem jamais ter perdido seu brilho, e de vários crânios alongados de aproximadamente 80 cm, cujos corpos teriam cerca de 4,5 metros de tamanho.
Em Paranaíta, no Mato Grosso, a equipe encontrou duas pegadas fossilizadas em rocha, sendo uma delas no sítio arqueológico da Pedra Preta, trazendo novas informações para o estudo da cidade. “Ela tem 2.41 metros, se for de um ser humano, este teria de 12 a 14 metros de altura. Estas pegadas estão demarcadas em todo o Caminho do Peabiru. São relíquias arqueológicas, onde diversos profissionais de todo o mundo estão catalogando-as e podem mostrar uma história que não se encaixa hoje”, afirmou Oliveira.
Assessoria Dakila Pesquisa.