O fim de semana em Corumbá será marcado por emoção, cultura e conexão com a natureza. O artista plástico sul-mato-grossense Cleir, reconhecido por sua paixão pela fauna e flora do Pantanal, retorna à cidade para uma experiência transformadora. A visita une dois momentos simbólicos: o reencontro com a região que o inspira há décadas e a celebração da nova fase do Instituto Agwa, agora presidido por seu amigo de longa data, o jornalista e escritor Alex Fraga.
Nesta sexta-feira (26), Cleir prestigia a posse da nova diretoria do Instituto Agwa, entidade que tem como missão estimular o estudo das transformações ambientais, especialmente as causadas pela ação humana, e promover a preservação do Pantanal por meio de iniciativas inovadoras como o econegócio. “A luta é grande, mas tenho boas expectativas com essa diretoria que escolhi. São pessoas capacitadas, que conhecem profundamente os problemas do Pantanal”, destaca Alex Fraga, que também comemora a presença de Cleir. “Somos amigos há quase 40 anos. Acompanhei sua trajetória desde o início e sempre soube da sua ligação com essa região. Para mim, era essencial que ele estivesse aqui neste momento tão simbólico”.
Após o evento, Cleir terá a oportunidade de viver uma verdadeira imersão na Serra do Amolar, região considerada patrimônio natural da humanidade e um dos maiores refúgios de biodiversidade do planeta. Localizada no noroeste de Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia e o estado de Mato Grosso, a Serra abriga espécies raras de fauna e flora e representa um espaço vital para a preservação do ecossistema pantaneiro.
A área tem extensão de 80 km, pico de altitude de mais de 950 m acima do nível do mar. Três grandes lagoas formam seu entorno: Mandioré, Gaíva e Uberaba. A Serra é um encontro de biomas, uma beleza rara e território com vestígios arqueológicos de povos que viveram por lá há 8 mil anos.
Para o artista, esse contato direto com a natureza é fonte de inspiração. “Sempre tive um amor especial por Corumbá e pelo Pantanal. Essa visita será uma oportunidade de renovar minha ligação com a região e buscar inspiração para novas obras que, além de beleza, transmitam também a mensagem da preservação”, afirma Cleir.
A relação entre o artista e Corumbá remonta a 1982, quando ele conheceu a cidade em uma viagem marcante a bordo do Trem do Pantanal. Desde então, sua arte se entrelaçou à história da Pérola do Pantanal. Três obras de Cleir marcam o cenário urbano corumbaense: os painéis da arara-vermelha e do dourado (1998), no Edifício Dom Aquino; o painel do Sindicato Rural (2003); e o Monumento Pantanal Corumbá (2004), símbolos que reforçam sua ligação afetiva e artística com a cidade.
Agora, com a nova visita, Cleir renova essa conexão em um momento único, que une arte, amizade e compromisso com o meio ambiente. Mais do que uma viagem, é uma celebração do Pantanal em sua essência – um convite à reflexão sobre o valor da preservação e a força transformadora da cultura na defesa da natureza.
Sobre o artista – O campo-grandense Cleir é um artista plástico autodidata com mais de 35 anos de carreira. Seu trabalho tem forte conexão com a fauna e flora do Cerrado, suas grandes inspirações.
Possui obras em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Bonito, Ladário, Terenos, Três Lagoas, Ponta Porã, Rio Verde, Bataguassu e Aquidauana.
Também deixou sua marca em Arapongas, município do Paraná que registra o maior acervo de obras do artista, com 13 esculturas de pássaros nativos.
Sobre Alex Fraga – Natural de Nioaque (MS), Alex Fraga tem uma trajetória sólida no jornalismo e na cultura. Estudou no Colégio Militar de Curitiba e formou-se pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), uma das mais prestigiadas do país. Atuou como editor-chefe em jornais como Diário da Serra e O Estado, e foi pioneiro na criação de cadernos culturais na imprensa sul-mato-grossense. Ao longo da carreira, recebeu prêmios como o Jânio Lobo e foi condecorado pela Assembleia Legislativa de MS e Câmara Municipal de Campo Grande. Autor de quatro livros, mantém o Blog do Alex Fraga, voltado para a valorização da cultura, e atuou por 16 anos como diretor de Comunicação da UCDB.
Agora, à frente do Instituto Agwa, Alex soma sua experiência ao desafio de preservar e valorizar o Pantanal, fortalecendo o diálogo entre ciência, cultura e meio ambiente.