Tempestade de vento e poeira atingiu Campo Grande na tarde desta sexta-feira (15) e até chuvas passageiras foram registradas em alguns pontos de cidade, conforme leitores. Mas, não se engane, a onda de calor permanecerá, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O alerta é de “onda de calor de grande perigo, ou seja alerta vermelho, que prevê temperaturas acima da média por mais de cinco dias. Por outro lado também existe o alerta amarelo, que começou na manhã de hoje, que prevê chuvas de até 50 mm/dia e ventos de até 60 km/h.
Todo o Brasil enfrenta essa onda de calor e o Sul do país segue sofrendo com as altas temperaturas. Nos próximos dias, os termômetros devem apresentar temperaturas até 10ºC superiores àquelas consideradas normais para a época. A previsão é de que a onda de calor afete os estados do Sul, Centro-Oeste e Sudeste nos últimos dez dias do verão.
O fenômeno é resultado da presença de uma intensa massa de ar quente na região do Chaco Paraguaio e no norte da Argentina. Uma área de alta pressão atmosférica favorece a manutenção do calor sobre a região, inibindo a formação de nuvens carregadas e mantendo o clima seco e em constante aquecimento. A Defesa Civil alertou que calor intenso aumenta os riscos de desidratação, insolação e de agravamento de doenças cardiorrespiratórias.
Cardiologista e professor do IDOMED, Jober Teixeira Bastos explica que o calor em excesso provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, o que pode reduzir a pressão arterial. Por outro lado, a perda excessiva de líquido ou a realização de atividades que exigem grande esforço, típicas da época, podem aumentar os riscos para o coração. O médico enfatiza a importância de ingerir alimentos leves e vestir roupas adequadas para minimizar os impactos do calor no corpo.
“Por esse motivo, é necessária uma atenção especial com a hidratação, para que o corpo não sofra tanto nos períodos de calor intenso e nem corra o risco de desidratar. Além da atenção especial com a hidratação, é recomendável a ingestão de alimentos leves e a utilização de roupas adequadas à estação”, diz o cardiologista.
A sede não é o único sinal de que o corpo precisa de mais água. O indivíduo também pode apresentar intestino preso, pele seca, inchaço (retenção de líquido), fome, cansaço, fadiga e dores de cabeça. Em geral, o ser humano perde todos os dias aproximadamente dois litros e meio de água eliminados pela urina, fezes, saliva e suor. Em dias de muito calor, esse volume pode ser ultrapassado – o que exige a adequada reposição de líquidos com a ingestão de mais água.
A nutricionista e docente do curso de Nutrição da Estácio, Elisa de Espíndola, explica que alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados nos dias de maior calor ou ainda antes das atividades. “Alimentos gordurosos costumam deixar a digestão mais lenta, piorando sintomas como mal-estar e fadiga, sensações comuns em dias de calor e de atividades. Salgados, frituras e outros petiscos também são ricos em sal e favorecem a retenção hídrica”, diz a nutricionista.
Apostar em consumo de alimentos e bebidas saudáveis é o trunfo para aproveitar os dias de calor sem percalços. A nutricionista ressalta ainda que, para quem quiser variar um pouco na hora de se hidratar sem fugir do saudável, existem opções refrescantes e deliciosas. “Dá para aromatizar a água com hortelã, aproveitar os chás gelados, de preferência à base de ervas, flores e especiarias e sem açúcar, e – é claro – provar uma água de coco”.