Sete em cada 10 brasileiros reconhecem a importância da realização das paradas da diversidade, sendo que as mulheres (73%) são os que mais valorizam a realização dos eventos, e os homens (62%) apoiam menos, revelam dados da pesquisa da iO Diversidade, realizada pelo Instituto Locomotiva/QuestionPro.
O mês do orgulho LGBTQIA+ é celebrado mundialmente em junho. Neste domingo (2), acontecerá a Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. Os eventos são primordiais para a visibilidade e a luta pelos direitos dessa população.
Os dados mostram que a geração Z (18 a 29 anos) é a que mais reconhece a importância da realização de paradas da diversidade (77%), enquanto entre os baby boomers (61 anos ou +) esse percentual é de 61%.
Apesar da maioria reconhecer a importância desses eventos, quatro em cada 10 brasileiros ainda têm uma visão preconceituosa de que as paradas da diversidade são apenas bagunça e não têm relação com manifestações políticas. A pesquisa também mostra que 1/3 dos brasileiros acham que não é necessário resguardar os direitos da população LGBTQIAPN+ por meio de leis específicas.
Para a diretora da iO Diversidade, Rachel Rua, apesar do debate público sobre identidade de gênero e orientação sexual ter se tornado mais frequente nos últimos anos, ainda persistem algumas resistências em relação à população LGBTQIAPN+. “Por exemplo, tem uma frase muito presente nesta comunidade que é ‘O fervo é luta’ e os dados apontam que, fora dela, isso não é percebido da mesma forma. Essa constatação para alguns de que as paradas de diversidade são apenas bagunça indica que a sociedade está distante de entender amplamente e legitimar essa forma de expressão política. Se não se entende, nem legitima, também há a dificuldade de reconhecer a necessidade de garantir o acesso aos diretos”, afirma.
O levantamento ainda apontou que 89% das pessoas LGBTQIAPN+ acreditam que aqueles que não fazem parte desse grupo também deveriam apoiar a diversidade, e 91% dos brasileiros acham que questões sobre identidade de gênero e orientação sexual são mais discutidas hoje em dia do que antigamente.
“A pesquisa aponta mudanças importantes no comportamento dos brasileiros nas últimas décadas. Muitos consideram as Paradas da Diversidade/Orgulho LGBTQIAPN+ importantes, desafiando a ideia de uma sociedade contrária à diversidade. No entanto, há diferenças geracionais e de gênero: os jovens, especialmente a Geração Z, e as mulheres tendem a valorizar mais essas manifestações do que os homens e as gerações mais velhas”, explica o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
A pesquisa quantitativa tem uma amostra de 1.500 entrevistas com homens e mulheres de todo o País. A coleta foi realizada de 15 a 2 de maio. A margem de erro é de 2,5 p.p.