Por: André Naves (*)
A nova política industrial anunciada pelo governo, ao contrário das abordagens anteriores, adota uma estratégia inovadora ao focar em missões específicas em vez de privilegiar empresas individualmente. Centrada em metas de desempenho econômico e social, a “Nova Indústria Brasil” está direcionada para a melhoria direta do cotidiano das pessoas, estimulando o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliando a competitividade da indústria brasileira, norteando investimentos, promovendo empregos qualificados e impulsionando a presença internacional do país.
A “Nova Indústria Brasil” estabelece metas claras para seis missões até 2033, cada uma delas guiando esforços específicos. Ao concentrar esforços em áreas prioritárias para investimentos, envolvendo ministérios e o setor produtivo, a política industrial visa aprimorar programas anteriores e, principalmente, impactar positivamente a vida da população.
A gestão de R$300 bilhões destinados até 2026, conduzida por BNDES, Finep e Embrapii, por meio de linhas específicas e recursos do mercado de capitais, demonstra um comprometimento financeiro significativo para alcançar os objetivos das missões e promover a neoindustrialização nacional.
Destaque para a Missão 2 (Saúde), cuja meta é ampliar a produção nacional de medicamentos, vacinas e dispositivos médicos, contribuindo para fortalecer o Sistema Único de Saúde. Este esforço não apenas beneficia a saúde pública, mas também impulsiona o desenvolvimento de tratamentos e tecnologias assistivas, melhorando a qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Também a Missão 3, voltada ao bem-estar nas cidades, possui o potencial de melhorar a acessibilidade e inclusão em ambientes urbanos, promovendo uma transformação positiva nas condições de vida da população. Já a Missão 4, centrada na transformação digital, pode desempenhar um papel crucial na promoção da acessibilidade digital, essencial para a inclusão social das pessoas excluídas das opções digitais.
O recente lançamento da “Nova Indústria Brasil” marca uma reviravolta ao posicionar a inovação no cerne do desenvolvimento econômico e social. Ao criar estruturas sociais inclusivas, sustentáveis e justas, o programa não apenas busca metas econômicas, mas visa transformar diretamente o cotidiano das pessoas. A abordagem por missões demonstra uma compreensão profunda de que a verdadeira política industrial é aquela que, efetivamente, melhora a vida da população.
*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política. É também Escritor, Professor e Palestrante (Instagram: @andrenaves.def)