Ao longo de toda esta semana, dois chefes de brigadas e líderes indígenas da etnia Kadiwéu, Mesaque Rocha (da aldeia Alves de Barro) e Elísio Veiga (vice-cacique da aldeia São João), do município de Porto Murtinho (MS), participam do curso “Onde tá a queimada?: Noções de geoprocessamento para monitoramento de queimadas em Terras Indígenas”, promovido pelo IPAM Amazônia, em Brasília (DF), entre os dias 28 de março a 1º de abril.
A viagem e a capacitação contam com o suporte – acompanhamento – de dois colaboradores da Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal) e Wetlands International Brasil, Lílian Ribeiro e Pedro Cristofori, ambos geógrafos de formação.
Formado por seis aldeias, sendo a maior reserva indígena do Pantanal, o TI Kadiwéu, conta há mais de quatro anos com o Programa Corredor Azul (PCA) que dá suporte em atividades ligadas à gestão territorial, como explica Mesaque Rocha, presidente da Associação dos Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu (Abink), entidade composta por brigadistas do Prevfogo/Ibama.
“Através do Programa a gente já tem essa parceria forte com a Mupan e a Wetlands International Brasil para conservação do Pantanal e fortalecimento do povo Kadiwéu. Então, estamos com boas expectativas com esse curso que deve ajudar a melhorar nossa rotina de trabalho dentro do território que tem 548 mil hectares de extensão”
A proposta da viagem é possibilitar uma maior bagagem em conhecimento dos Kadiwéu em termos de tecnologias disponíveis no mercado para monitoramento de território, acompanhamento de mudanças meteorológicas, prevenção e combate ao fogo dentro do bioma Pantanal. Além de acompanhamento à distância – via drone – áreas com foco ativos, facilitando no planejamento de combate ao fogo.
“Esta capacitação é a porta de entrada para todas as funcionalidades do SIG e suas ferramentas. Na viagem, eu e Lílian temos a missão de sermos auxiliares, ou seja, tirar qualquer possível dúvida que surgir do Mesaque e do Elísio. Mas, no Território Kadiwéu eles terão essa missão de replicar e colocar em prática tudo o que foi aprendido, ajudando o povo Kadiwéu, num futuro próximo a melhorar seu plano de vida do território, com possibilidade de fazer os zoneamentos a serem incluídos nesse plano de vida que tem como base o Plano de Gestão territorial Ambiental – PGTA”, explica Pedro Cristofori, analista de geoprocessamento da Wetlands International no Brasil.
E essa parceria não para por aí. Em 2020, o Programa Corredor Azul promoveu um curso de drones com pessoas da comunidade Kadiwéu e, futuramente, há perspectivas de expandir o uso de ferramentas e softwares dentro das aldeias. Para isso, os indígenas com a facilitação da Mupan e Wetlands International têm estudado formas para fomentar a inserção de tecnologias cartográficas dentro do território.
Assessoria.