Campo Grande figura como uma das capitais com maior índice de pessoas que autodeclaram possuir diagnóstico de depressão no país. Ao longo deste mês de setembro, em que as atenções para a saúde mental estão redobradas, a Unimed Campo Grande vai enfatizar ações de conscientização com um circuito de reels, releases, podcast, posts em suas redes, além de ações para colaboradores e beneficiários.
A última pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2021, aponta a Capital de Mato Grosso do Sul com 16,6% dos adultos com 18 anos de idade ou mais referindo o transtorno diagnosticado, o quarto maior índice dentre as capitais brasileiras.
Entre as mulheres, a prevalência é maior: 21% declaram ter o diagnóstico, frente 11% dos homens. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, mostra outro dado preocupante: o número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021. Em Mato Grosso do Sul, o caminho inverso, os casos diminuíram de 234 a 208, ainda assim em uma taxa elevada: 7,5 a cada 100 mil habitantes.
Acolhimento e informação
Com a hashtag #QuerConversar? A Unimed Campo Grande visa promover, por meio de seus canais de comunicação, espaços de fala e escuta para incentivar o autocuidado com a saúde mental. A psicóloga Camila Sichinel Cunha falará sobre “Burnout”; a psiquiatra Dra. Graziela Michelan tratará do tema “Autocuidado da Saúde Mental” e o assunto “Sobrecarga Digital”, ficará a cargo da psicóloga Francisca Flávia Costa.
O psiquiatra e cooperado Dr. José Carlos Rosa Pires de Souza, que é professor da UEMS e PhD em Saúde Mental, explica que a divulgação de informações é fundamental no enfrentamento. “A pessoa se sente acolhida e entendida. O conhecimento salva vidas, é uma ferramenta fundamental. Fazer a informação circular pode ajudar tanto a própria pessoa, quanto quem está no entorno a perceber a situação. O diálogo é uma das formas de prevenção”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de Covid-19 desencadeou aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo, principalmente entre jovens e mulheres. “Transtornos ansiosos e do humor, incluindo depressivos; pessoas que já tinham depressão e que tiveram agravamento e outras que nunca tiveram e desenvolveram. As perdas de entes queridos, sem possibilidade cultural dos rituais de despedida; isolamento social e mesmo os impactos econômicos, como perda de emprego, fechamento de comércio, tudo isso abalou muito a saúde mental. Vivemos uma epidemia com tantas tentativas, não somente de suicídio, mas para suicídio, como automutilação”.
Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, divulgado pelo Ministério da Saúde, em setembro de 2022 (última atualização), entre os anos de 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil. No mesmo período, a taxa na população geral variou 17,8% (de 5,6 para 6,6). Quanto aos grupos mais acometidos, o psiquiatra enfatiza que a sobrecarga de tarefas concomitante às cobranças sociais são um agravante entre as mulheres, enquanto que entre os mais jovens, é importante levar em conta a pressão psicológica a partir da exacerbação de padrões inatingíveis de estética e de status, por meio das redes sociais. Nesse contexto, a formação de vínculos afetivos e rede de apoio são fundamentais. “Muitas vezes a pessoa vai para a chamada ‘imagem espelho’ e as redes sociais influenciam muito. Estar feliz e satisfeito é um valor individual, cada um tem suas qualidades e dificuldades”, enfatiza o Dr. José Carlos Rosa Pires de Souza.
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