O mercado mundial de produtos para Pet cresceu 3,2% em 2022 em relação ao ano anterior. A análise é da Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, que aponta ainda que o Brasil é o terceiro país em faturamento, representando 4,95% do mercado global, atrás somente de EUA (43,7%) e China (8,7%). Dados atualizados do censo, apontam que 56% dos domicílios têm pelo menos um cão ou gato e 30% dos pets foram adquiridos durante a pandemia de 2020. Já nos EUA, a Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (ASPCA) estima que aproximadamente 1 em cada 5 lares adicionaram um cão ou gato à família durante a pandemia. Além disso, de acordo com a Associação Americana dos Médicos Veterinários, o percentual de lares americanos com cães aumentou de 38.4% em 2016 para 44.5% em 2022 e com gatos subiu de 25% para 29%.
A tendência, naturalmente estimulou o crescimento impressionante nas vendas dos produtos para os animais de estimação. Só em 2022, o faturamento dos produtos pet monitorados pela Circana – empresa global de data tech para análise do comportamento de consumo – aumentou 16% em relação a 2021, nos EUA. A maior parte do crescimento foi resultado do aumento geral nos preços. Daniel Morimoto, Vice President e General Manager Brazil da Circana destaca que houve uma mudança no comportamento de compras no setor. “Observamos uma estabilidade na demanda nas categorias de rações e guloseimas para os pets, em comparação a 2021, em meio a um ambiente de queda generalizada nas vendas das principais categorias de bens de consumo”, afirma.
Ainda que com o atual cenário de incertezas econômicas, varejistas e marcas estão bem-posicionados para crescerem durante 2023 e estão de olho nas tendências de comportamento do consumidor em relação aos pets. A Circana destaca as três principais:
Tutores de Pets estão postergando as compras de produtos não essenciais
Em função da inflação, as mudanças no comportamento de compra para os animais de estimação estão ficando parecidas com o comportamento de consumo de outras categorias – priorizando o necessário e postergando os itens não fundamentais. Enquanto a demanda por rações e petiscos segue estável, nota-se uma queda em categorias como coleiras, guias, itens para higiene, caminhas e brinquedos, mesmo com o aumento do preço médio desses itens ter sido inferior aos aumentos dos alimentos pet. Nos EUA, os alimentos tiveram uma alta de 14,8% enquanto outros itens subiram 9,2%.
Consumidores estão comprando rações nas lojas com mais frequência
As rações foram responsáveis por mais de 50% do faturamento do mercado pet em 2022, nos EUA. Além disso, nos últimos quatro anos, a frequência de compra de itens para animais de estimação aumentou, enquanto o valor por compra diminuiu, mostrando que os consumidores abandonaram o comportamento de “estocar” do período da pandemia do COVID-19. As guloseimas e areia para gatos apresentaram aumento na frequência de compra, mas as rações são as que apresentam as maiores frequências de compra por consumidores – cerca de 18 idas a loja por comprador e por ano. Isso representa um aumento de 8% em relação a 2020 e até 7% em relação à pré-pandemia de 2019.
Dentre as subcategorias de alimentos para pets, monitoradas pela Circana, as rações para cães refrigeradas e congeladas foram as que tiveram melhor desempenho de crescimento em 2022. Apesar de representarem apenas 4% do faturamento dos alimentos para pets, o crescimento em relação a 2021 foi de 32%. Como esses alimentos são mais perecíveis que as rações tradicionais, podem ser uma alternativa para incrementar o número de visitas às lojas, aumentando a frequência de compras.
O crescimento do e-commerce não dá sinais de desaceleração
Com a restrição à circulação imposta pela pandemia em 2020, a participação das categorias de produtos para pets no faturamento online subiu de 9% para 36.6%. Apesar dos consumidores estarem de volta às lojas físicas, eles seguem comprando online seus produtos para pets. Em 2022, as vendas do e-commerce nas categorias pet atingiram 42% nos EUA. É muito superior à participação de 12% das vendas online nas categorias de bens de consumo, como alimentos, bebidas e higiene pessoal, por exemplo.