A Trilha Regeneração, construída na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, é uma exposição a céu aberto da restauração do bioma após os incêndios de 2020. Com 15 hectares, a área está às margens do rio Cuiabá e faz parte da Iniciativa AquaREla Pantanal, que também construiu dois viveiros comunitários de onde vieram as 8 mil mudas nativas plantadas no local. O objetivo do atrativo, que será aberto ao público em 2024, é propiciar educação ambiental por meio de experiências.
Lançado durante o “III Seminário de Intercâmbio entre Projetos de Recuperação da Vegetação em Unidades de Conservação no Pantanal”, evento de trocas do Projeto GEF Terrestre, Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade, edição Pantanal, todos os participantes, sendo eles representantes de sete projetos apoiados pelo GEF, além de representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) puderam já vivenciar a experiência da trilha
A gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, destaca que a trilha será aberta ao público em 2024 e é uma oportunidade de promover a educação ambiental para turistas de todo o Brasil. “Conhecer de perto a maior RPPN do Brasil e todo o trabalho de restauração feito na área sensibiliza as pessoas sobre a importância da conservação para a saúde do ambiente e das pessoas. Iniciativas como essa são essenciais após os incêndios florestais, que têm grande impacto no Pantanal, mas nosso empenho deve ser voltado, cada vez mais, para as ações de prevenção”, ressalta.
Trilha Regeneração
A Trilha Regeneração tem seu ponto de partida no Hotel Sesc Porto Cercado, a partir da observação do Mapa da Biodiversidade, que traz elementos do percurso, como o passeio pelo rio Cuiabá e a contemplação da fauna e flora da RPPN Sesc Pantanal. Um caderno de experiências é oferecido a cada visitante, para eternizar o momento com anotações e desenhos que podem ser feitos sobre as impressões e descobertas ao longo da trilha.
O trajeto continua de barco e segue para o percurso terrestre, com placas interpretativas e artísticas que proporcionam paradas estratégicas, onde os mediadores do Sesc Pantanal irão compartilhar informações sobre o ambiente e sua interconexão. Com cerca de um quilômetro por terra, a trilha tem nível de dificuldade fácil.
O projeto artístico é da mato-grossense Ruth Albernaz, em colaboração com Livia Bertges, e é um convite à reflexão sobre a importância da recuperação e proteção da biodiversidade. Estrategicamente implementada em uma das áreas onde foram plantadas mudas de espécies nativas pela Iniciativa Aquarela Pantanal, a trilha permite ao visitante compreender a importância dos projetos de restauração, percebendo os esforços somados para recuperar ou reconstruir áreas afetadas pelo incêndio de 2020, totalizando 15 hectares de vegetação nativa em recomposição.
AquaREla Pantanal
A atividade faz parte da Iniciativa AquaREla Pantanal, premiada como melhor exemplo de mobilização social e referência na restauração do bioma, com o primeiro protocolo de restauração do Pantanal com bases científicas, planos de negócios para as associações e ações que beneficiam pelo menos 34 famílias e mais de 70 profissionais das instituições, atuando diretamente nas ações.
Áurea Garcia, diretora-geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International, destacou o compromisso da Iniciativa Aquarela. “Em um esforço coletivo, foram mobilizados conhecimentos e a Trilha Regeneração como mais um espaço de aprendizagem”, destacou ela, que resgatou os números da Iniciativa.
“Por meio da iniciativa, em parceria com as comunidades, foram implementados dois viveiros, com mais de 38 mil mudas produzidas. Esse resultado se reflete no atrativo da trilha, que não apenas oferece um percurso com ações da restauração realizada durante a execução da Iniciativa, mas também apresenta o Mapa da Biodiversidade, Caderno de Experiências e placas interpretativas, ilustrando o trajeto e seus elementos mais destacados”, conclui.
A Aquarela Pantanal é financiada pelo: 1) Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com as agências Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como implementador e o Fundo Brasileiro de Biodiversidade (FUNBIO) como executor; 2) DoB Ecology, via Programa Corredor Azul da Wetlands International