Um sarau com direito a música, poesia, exposição de telas de artistas consagrados de Mato Grosso do Sul e muita emoção, marcou a inauguração do Espaço Cultural do Tribunal de Contas, na noite desta segunda-feira (25). O saguão de entrada da Corte de Contas foi o espaço onde autoridades, conselheiros, servidores e expoentes da cultura foram recepcionados para a noite de celebração às múltiplas expressões artísticas de MS.
Para o presidente do TCE-MS, conselheiro Jerson Domingos, o Tribunal de Contas cumpre um importante papel junto a sociedade que é zelar pela boa gestão pública, “e nessa perspectiva, o TCE as abre as suas portas para reconhecer a grandeza de nossos artistas, com este espaço físico que vai divulgar a qualidade, o conteúdo, a história da cultura sul-mato-grossense. E faço aqui, a homenagem em nome de todos os demais artistas de nosso MS, à uma importante pessoa que nos deixou há poucos dias, a nossa cantora Delinha”, ressaltou.
O presidente do TCE-MS, ainda destacou que, atualmente, o Estado passa por um momento de gestão totalmente diferente, com um governo moderno e que traz todos os poderes em seu entorno, visando o bem-estar da sociedade sul-mato-grossense. “O governador Eduardo Riedel não tem faltando e momento algum, em apoiar todos os poderes, em especial a cultura, a nossa moda de viola, principalmente aos nossos artistas reconhecidos”, concluiu.
Referência nacional quando o assunto é educação, cultura e história de Mato Grosso do Sul, o professor universitário, Gilberto Luiz Alves, destacou que o Tribunal de Contas é uma instituição respeitada e que tem o reconhecimento social. “O TCE iniciando essa experiência, criando esse espaço, será muito positivo no sentido de ajudar a dinamizar as outras instituições e os demais espaços, uma experiência que toda a sociedade poderá usufruir, mesmo porque a arte é um elemento fundamental para a formação cultural do homem”.
A noite de nascimento do Espaço Cultural do Tribunal de Contas foi celebrada com diversas expressões artísticas, como a exposição de telas criadas por 26 pintores sul-mato-grossenses “in memoriam”, homenageados por meio de seus familiares, que ocuparam o lugar de destaque na cerimônia. “A homenagem vai ficar exposta até o mês de fevereiro de 2024. Sendo um reconhecimento ao legado desses artistas que não estão mais entre nós, mas que tanto contribuíram com a nossa cultura”, afirmou a curadora e criadora do projeto, Selma Rodrigues, mais conhecida como “Seceu” – viúva do renomado artista plástico Isaac de Oliveira.
Os familiares dos artistas homenageados que estiveram presentes são: Jacy Curado – esposa de Galvão Pretto; Eduardo Spengler – irmão de Henrique Spengler; Cauê de Oliveira – filho de Isaac de Oliveira; André Luís Xavier Machado – neto de Izulina Xavier; Simone Rose de Moraes – filha de Jorapimo; Shirley Fujita – filha de Jorge Fujita Masahiko; Thalita Abrhão – sobrinha de José Abrhão; André Lage – filho Leonor Lage; José Alberto de Lamônica – sobrinho de Roberto Delamônica.
A viúva do artista plástico Galvão Pretto, professora Jacy Curado, falou em nome dos familiares. “A arte nunca morre, o artista sim, mas a arte não, e nós que ficamos, que somos a família desses artistas que se foram, temos que cumprir com a missão de cuidar dessa arte, porque dessa forma a gente também está se curando da perda que tivemos, dando continuidade à vida desses artistas por meio da arte que nos deixaram”.
Outro momento especial foi a apresentação cultural do sarau “Voar Fora da Asa”, uma leitura da obra de Manoel de Barros, feito pela atriz e jornalista Bianca Ramoneda, e pelo músico Leandro Perez.
O evento foi prestigiado por deputados, desembargadores, curadores, artistas, secretários de estado, pelo renomado músico Paulo Simões, e pela primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, que na ocasião representou o governador Eduardo Riedel. Os conselheiros substitutos, Leandro Lobo Ribeiro Pimentel, Célio Lima de Oliveira e Patrícia Sarmento também estiveram presentes.
Para o conselheiro Marcio Monteiro, o TCE é um órgão de controle, que zela pela boa aplicação dos recursos públicos, mas com essa iniciativa também incentiva a levar ao conhecimento dos cidadãos a arte de nossos artistas. “Principalmente aqui no Tribunal de Contas, onde a nossa recepção, a nossa entrada já é contemplada por uma belíssima obra de arte que é um ‘tapete’ de mosaico, que muito nos orgulha, feito pela artista Marilene Coimbra”.
O secretário da Setescc (Secretaria de Estado, de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), professor Marcelo Miranda classificou a noite como memorável e de relevância para MS. “Essa iniciativa do Tribunal de Contas do Estado de abrir um espaço cultural que vai celebrar a nossa história, valorizar os nossos artistas, mostra a sensibilidade dos conselheiros e do presidente Jerson Domingos, de ter esse olhar para a cultura. Não tenho dúvidas de que será um dos grandes pontos de visitação para as pessoas que apreciam a arte. O TCE está de parabéns”, declarou.
Para Eduardo Mendes, diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o momento é de felicidade e celebração. “Temos obras aqui hoje expostas, que foram cedidas pela Fundação de Cultura, e o correto é isso, trabalharmos em parceria para que as pessoas possam apreciar essas obras de arte. E, estar aqui hoje, dentro do Tribunal de Contas, vendo tudo isso, é um momento realmente para comemorarmos, porque toda a sociedade é quem ganha”.
Celebrando a noite cultural, o presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique Alberto de Medeiros, destacou que o Estado precisa de atividades voltadas para incentivar a cultura. “Um espaço importantíssimo para que as entidades, e escolas participem e entendam essa história para que cresçam culturalmente, uma iniciativa dessa do TCE, só temos que aplaudir”.
Entenda o Projeto
De acordo com Selma Rodrigues (Seceu), trazer o conhecimento e a cultura sul-mato-grossense para dentro do TCE-MS sempre foi uma preocupação do conselheiro Osmar Jeronymo, que não queria apenas criar um espaço de exposições de obras, ou um simples acervo, mas sim, envolver todo o Tribunal de Contas em programas e ações que envolvam toda a sociedade e também aos jurisdicionados.
“A ideia inicial não era somente colocar quadros na parede. Então desenvolvemos juntamente com a Escola Superior de Controle Externo (Escoex), um projeto pedagógico. Pensamos em um espaço físico para as exposições, e junto com a escola trabalharmos para um desdobramento também junto aos direcionados, daí o nome do projeto de Espaço Cultural do Tribunal de Contas, que envolve eixos temáticos como literatura, exposição de artes, estudos literários com ciclos de palestras, contação de histórias, um projeto pedagógico que atenda a comunidade artística, comunidade escolar, isso tudo é uma formação, o tribunal de contas não apenas fiscaliza, mas ele também forma, e a formação cultural está dentro do desenvolvimento de sustentabilidade social. Um projeto grandioso, maior do que simplesmente mostrar quadros”, revelou Seceu.