Para as pessoas que optaram por não consumir qualquer produto de origem animal, quando a alimentação vegana é colocada em pauta, há muitos questionamentos e o principal deles é em relação à quantidade de proteínas consumidas. A restrição de produtos de origem animal, conhecidos por serem uma completa fonte proteica, exige atenção maior na escolha de alimentos de origem vegetal que supram as necessidades de proteína de maneira efetiva.
O nutricionista Erival Amorim, professor do curso de Nutrição da Estácio, explica que os produtos de origem animal podem ser substituídos pelos alimentos de origem vegetal, que também são fontes de proteína, principalmente as leguminosas, como ervilha, feijão e grão de bico. No entanto, ele alerta que é preciso ter cuidado com o valor biológico da proteína de cada alimento.
“Esse valor é como se fosse uma espécie de qualidade proteica. As proteínas de origem animal são ricas em todos os aminoácidos essenciais. Já as proteínas de origem vegetal, na grande maioria, são deficientes de um ou mais aminoácidos. Porém, a combinação entre alimentos de origem vegetal pode fornecer proteínas de alto valor biológico”, afirmou.
O nutricionista ainda ressalta que a proteína vegetal pode auxiliar no ganho de massa magra para quem pratica esporte ou faz atividade física. Segundo ele, o ganho da massa magra vai depender diretamente da quantidade e dos tipos de nutrientes que compõem a alimentação diária.
“As proteínas têm um papel muito importante para o funcionamento do nosso organismo. A principal função é na formação e manutenção de tecidos. Se estamos falando em ganhar massa muscular, estamos falando em aumentar a quantidade de tecido muscular e a principal função da proteína é a síntese e a reparação tecidual. A proteína vegetal também auxilia no ganho de massa magra e as pessoas podem trabalhar no dia a dia a combinação dos alimentos vegetais ricos em proteínas. Inclusive hoje o mercado já traz suplementos para ganho muscular de origem vegetal”, destacou Erival.
Diferença entre veganismo e vegetarianismo
Ganhando cada vez mais espaço na rotina alimentar das pessoas e na gastronomia, a alimentação vegana e vegetariana representa muito ao estilo de vida nos cuidados com a nutrição. O nutricionista Erival Amorim explica a diferença entre veganismo e vegetarianismo.
“O veganismo é um estilo de vida que perpassa a questão alimentar. Então além de não consumir nenhum produto de origem animal e seus subprodutos, também se evita a utilização de produtos que estão associados à exploração animal. Por exemplo, não se utiliza uma bolsa de couro ou um produto que faz testes em animais. Já o vegetarianismo está mais ligado à questão dietética e existem diferentes classes. Por exemplo, o ovolactovegetarianismo, que utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação, e o lactovegetarianismo, que utiliza leite e laticínios”, explicou.