Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, sem que isso tenha sido originado de febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Estamos falando da epilepsia, uma doença ainda estigmatizada pela sociedade e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
Para reverter esse conceito, neste mês é celebrado o Março Roxo, uma campanha com o objetivo de disseminar informações e conscientizar a sociedade acerca do assunto.
A doença pode acometer tanto adultos quanto crianças e, na maioria das vezes, sua causa é desconhecida. “A maioria dos casos de epilepsia é de causa desconhecida, no entanto, podem surgir crises epilépticas por predisposição genética, após traumatismos cranianos, AVC isquêmicos ou hemorrágicos, abuso de álcool e drogas, tumores, entre outros fatores”, explica o neurologista da Unimed Campo Grande, Nilson Moro Junior.
As crises epilépticas, segundo o especialista, normalmente duram menos de cinco minutos e podem ser parciais (fracas). “Quando ficam restritas a um local do cérebro, a pessoa pode ter sensações estranhas, como movimentos involuntários de algum membro, cheiros estranhos, tonturas e déjà-vu (expressão francesa que significa “já visto”), com melhora espontânea”.
No entanto, existem crises mais intensas, que ocorrem quando o acometimento é difuso, de todo o cérebro. “Nesses casos a pessoa perde a consciência (desmaia), podendo evoluir com movimentos repetitivos dos membros associado à sialorreia (produção excessiva de saliva) e liberação esfincteriana (perda do controle urinário). Esta crise é chamada de convulsão”, pontua o médico.
Com tratamento adequado, a maioria das pessoas diagnosticadas com a doença leva uma vida normal, destaca o médico, ressaltando que com alguns hábitos saudáveis é possível evitar a epilepsia. “Não há como saber se teremos ou não epilepsia. Porém, se evitarmos o abuso de álcool e drogas, mantermos uma dieta balanceada, não passarmos noites em claro e evitarmos fatores de risco que possam levar ao AVC, por exemplo, podemos reduzir a chance de ter epilepsia”.
Dr. Nilson Moro finaliza dando dicas de como agir quando vir uma pessoa em crise epilética:
-Cuide a pessoa para que ela não se machuque, protegendo sua cabeça
-Segure o seu corpo quando estiver se debatendo
– Não coloque os dedos entre os seus lábios na tentativa de “desenrolar” a língua. Apenas vire sua cabeça de lado e espere a crise passar
-Acione o socorro para que a pessoa em crise seja encaminhada a um hospital de referência neurológica.
Assessoria Unimed.