Sem energia elétrica, não tem internet, celular, alimento conservado, água gelada, atendimento médico e outros itens essenciais. Daí a relevância dos trabalhadores do setor elétrico e suas contribuições para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
Para registrar a importância dos eletricitários e da luta sindical em prol da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul (Sinergia-MS) lançará, no dia 9 dezembro, o livro “40 anos na defesa dos eletricitários e das eletricitárias de Mato Grosso do Sul”.
A obra retrata a história do setor elétrico, partindo das primeiras instalações em Campo Grande, e resgata a luta do sindicato para alcançar conquistas importantes, como a participação nos lucros, auxílio-creche, tíquete-refeição e outros direitos, desde a década de 80 até os dias atuais.
“As pessoas que fundaram e passaram pela direção do sindicato deixaram um legado de muita luta e a nova geração de trabalhadores precisa conhecer essa história. É uma história que mostra a importância da união da categoria e que contribui para a construção de um futuro com mais conquistas”, avalia o presidente do Sinergia-MS, Francisco Ferreira.
Greves, protestos, privatizações, reformas, terceirizações e pandemia de Covid-19 fazem parte do resgate histórico. O sindicato foi fundado em 1982, quando a Associação das Indústrias Urbanas de Mato Grosso do Sul, criada por Eduardo Peres e Benjamin Correia, é transformada no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul (STICE). Em 1995, a entidade passa a se chamar Sinergia. Em 1997, volta a ter o nome de STICE e, em 2007, retorna para Sinergia.
O lançamento do livro será aberto a toda a população. “É um registro histórico importante não só para a categoria, mas para a sociedade de um modo geral. Não vivemos sem energia, a sociedade depende do trabalho de cada eletricitário, é um serviço essencial”, pontua o diretor do Sinergia-MS, Elvio Vargas.
O livro foi escrito pelos historiadores Eronildo Barbosa e Raquel Anderson. São 264 páginas que retratam a evolução do setor elétrico e os desafios e conquistas da luta sindical. Foram realizadas entrevistas e coleta de informações em jornais, revistas, vídeos, atas e outros documentos.
“Nossa expectativa é que esse livro seja uma luz a iluminar o presente e o futuro dos eletricitários e eletricitárias, que possa apontar equívocos e permitir reflexões sobre a luta do sindicato e da categoria”, comenta o historiador Eronildo Barbosa.
Fatos históricos
Em 1915, a iluminação pública de Campo Grande era feita com lampiões públicos alimentados por querosene. Residências e casas comerciais eram iluminadas com vela de sebo ou com lamparina alimentada com banha de peixe ou querosene, algumas tinham lampião a gás.
“Os primeiros fios elétricos que vão distribuir energia são instalados em 1916. Energia ainda a motor, a óleo diesel. A partir daí, Campo Grande começou a desenvolver uma política de incentivo para que as empresas e as famílias que tinham condições passassem a consumir energia, seja com eletrodomésticos da época ou iluminação”, explica o historiador Eronildo Barbosa.
A obra resgata ainda a chegada da Companhia Mato-grossense de Eletricidade (CME), em Campo Grande; a criação da empresa Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), em 1956; a criação da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) em 1979 e a privatização em 1997; a venda da concessionária para o Grupo Rede em 2008; a intervenção da Aneel em 2012; e a aquisição da empresa pela Energisa em 2014.
Cada momento histórico trouxe impactos para os eletricitários e para a população sul-mato-grossense. Um dos momentos mais significativos foi a privatização da Enersul em 1997. “É algo que outros estados estão enfrentando atualmente. Quem perde com isso, além dos trabalhadores, é a própria sociedade. O serviço fica mais caro e perde qualidade porque o foco passa a ser o lucro, o investimento é guiado pelo lucro e não pela boa prestação do serviço a todos os cidadãos”, afirma Elvio Vargas.
Nova diretoria
No evento, também será realizada a solenidade de posse da nova diretoria do Sinergia-MS. O presidente eleito, Francisco Ferreira da Silva, que é Técnico de Segurança do Trabalho na Energisa/MS, já está à frente da entidade desde o dia 12 de novembro. A nova gestão foi eleita para o quadriênio 2022/2026, em julho deste ano, com 98,14% dos votos válidos.
Serviço
Lançamento do livro “40 anos na defesa dos eletricitários e eletricitárias de Mato Grosso do Sul” e Posse da nova diretoria
Data: 9 de dezembro (sexta-feira)
Horário: 19h
Local: Rua Barão do Rio Brancos, 2652 – Centro (Salão de Festa do Sindicato dos Bancários)