Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Cassems de Campo Grande realiza pesquisas científicas em parceria com laboratório da Califórnia e Unifesp. Principais estudos são sobre metabolismo da Covid-19 e câncer de mama e próstata.
Na última quinta-feira (11), o Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) do Hospital Cassems de Campo Grande recebeu o médico pesquisador e parceiro de estudos da unidade hospitalar, Paulo D’Amora. O encontro faz parte da extensa colaboração entre instituições de pesquisas e estudos científicos publicados.
Desde a sua criação, o Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Cassems de Campo Grande investe na formação de médicos residentes, por meio do Programa de Residência Médica, que contribui para a formação de médicos recém-formados, baseada em bases conceituais e científicas. Porém, além da Residência Médica, um braço importante do NEP é a pesquisa científica.
O coordenador de Pesquisas do NEP, Everton Lemos, destaca que, além da Programa de Residência Médica, o foco principal do núcleo é trabalhar com pesquisas científicas, em parceria com instituições conceituadas, no Brasil e no exterior.
“O Núcleo de Ensino e Pesquisa abre as portas para que a gente possa trabalhar com a valorização da ciência. Dessa forma, como nós trabalhamos com pesquisadores, principalmente nossos residentes que estão na fase de capacitação, a ciência é o foco principal do NEP. Então, nós temos várias parcerias com instituições nacionais e internacionais, com trabalhos que possam ser de grande contribuição científica. A gente tem avançado com essas parcerias, como por exemplo, um trabalho de pesquisas clínicas com o Hospital Albert Einstein e, também, estamos fechando outros trabalhos com instituições dos Estados Unidos, ou seja, pesquisas de grande relevância científica”, pontua.
De acordo com a coordenadora do NEP, Vânia Stolte, o objetivo principal da Residência Médica e das pesquisas científicas é transformar o ensino e a pesquisa em benefícios para os pacientes atendidos no hospital.
“Trazer essas pesquisas para a Cassems e para o NEP é uma iniciativa muito importante porque estimula o desenvolvimento da pesquisa e traz benefício para os pacientes. A gente qualifica o profissional que está imerso em situação de pesquisa e isso faz dele um profissional mais pesquisador, que pense mais nos detalhes na hora de traduzir esse conhecimento no atendimento ao paciente. Os resultados dessas pesquisas também trazem pontos muito positivos para os beneficiários que são atendidos por esses profissionais mais bem qualificados”, salienta.
A coordenadora também explica que “as parcerias com grandes instituições têm trazido bons resultados de divulgação dos profissionais, das pesquisas e das iniciativas. A parceria com o Dr. Paulo D’Amora, por exemplo, começou na pandemia, com uma pesquisa relacionada à Covid-19 e, depois, nós ampliamos. É uma parceria com um laboratório importante, de Long Beach, na Califórnia, e novas propostas surgiram após essa parceria e temos algumas em andamento e outras prestes a iniciar”.
Médico formado pela Escola Paulista de Medicina, Doutor pelo Programa de Medicina Translacional do Departamento de Ginecologia (EPM-Unifesp), com Pós-Doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade da Califórnia Irvine (UC Irvine), o médico pesquisador Paulo D’Amora tem um vasto currículo como pesquisador e parceira de pesquisas com o NEP, desde a pandemia do novo coronavírus. D’Amora conta como iniciou o trabalho em conjunto e ampliou os braços para outras pesquisas.
“A parceria com a Cassems e com o NEP acontece através de alguns acordos científicos e essa parceria científica se iniciou com um estudo sobre a Covid-19, em 2020, 2021, no pior momento da infecção no Brasil. Nosso interesse na pesquisa da Covid-19 é sobre o metabolismo, porque nós temos uma tecnologia que nos permite fazer medições de alguns metabólicos e algumas moléculas que, geralmente, estão presentes na corrente sanguínea numa quantidade muito diminuída e essa tecnologia consegue detectar. Como o Hospital Cassems de Campo Grande foi referência no combate ao coronavírus aqui em Mato Grosso do Sul e pacientes com sintomas leves, moderados e graves buscaram atendimento no hospital, a gente montou um protocolo de pesquisa, em colaboração com a Unifesp, com amostras de sangue desses pacientes, nesses três estágios de gravidade, para estudar o imunometabolismo desses pacientes.”, explica.
D’Amora também salienta que outras pesquisas e estudos envolvem a parceria entre o Hospital Cassems de Campo Grande e outras instituições de grande renome.
“O coordenador do laboratório no qual eu trabalho nos Estados Unidos é oncologista e ele tem uma parceria muito grande com o Dr. Fabrício Colacino (diretor do NEP), que também é oncologista. Então, a gente coordena algumas pesquisas sobre câncer de mama e de próstata realizadas entre a Cassems, aqui em Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pela qual sou egresso e, também, médico, e o nosso instituto lá da Califórnia”, avalia.
Segundo o diretor do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Cassems de Campo Grande, Fabricio Colacino, o investimento em pesquisas e estudos científicos influenciam diretamente na assistência recebida pelo paciente da unidade hospitalar.
“Nós do NEP temos muita satisfação e uma dedicação muito grande sobre as pesquisas e sobre todo esse lado da ciência que leva ao desenvolvimento. Acreditamos que dessa forma conseguimos oferecer para os nossos pacientes tudo que tem de melhor. Então, essas pesquisas têm publicações internacionais, porque nós temos uma relação muito grande com o Dr. Robert Nagourney e o Dr. Paulo D’Amora, na California, com os quais a gente consegue nesse intercâmbio, nas amostras e nas análises fazer com o que os resultados influenciem diretamente na nossa assistência que a gente pode oferecer para o nosso paciente”, afirma.
Colacino ainda exalta que, com essas parcerias importantes, “a gente fica equiparado aos grandes centros e, dessa forma, nesse intercâmbio de conhecimento, a gente consegue atualizar toda a equipe e deixar nosso hospital e nossa equipe oncológica à frente, com os trabalhos mais modernos e mais novos também”.