O mayor de Londres descreve o cenário da capital britânica como “profundamente preocupante”. O Presidente alemão diz que a situação é “gravíssima” no país. Já o primeiro-ministro holandês prepara-se para anunciar ao final da tarde desta segunda-feira um confinamento total com duração de um mês.
Destes três países, só a Holanda teve mais casos por 100 mil habitantes, nos últimos 14 dias, do que Portugal. Segundo os dados do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças, a Holanda tem 546,65 casos por 100 mil habitantes, quando Portugal tem 524,93. A Alemanha tem 341,14 e o Reino Unido tem 348,14 casos por 100 mil habitantes.
Quanto às mortes por 100 mil habitantes, Portugal segue à frente destes três países com 11,02 vítimas mortais por 100 mil habitantes. Segue-se o Reino Unidos com 8,89, a Alemanha com 6,9 e a Holanda por 4,04 por 100 mil habitantes, segundo dados também do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.
Situação “preocupante” em Londres. Holanda prepara-se para fechar escolas e confinar durante um mês
Escassos dias depois de o lockdown no Reino Unido ter chegado ao fim, o mayor de Londres disse que a situação na capital é “profundamente preocupante” e já pediu ao primeiro-ministro Boris Johnson que tome medidas urgentes para “controlar a propagação do vírus, salvar vidas e meios de subsistência e assegurar que o SNS não seja sobrecarregado este Inverno”. Uma das propostas de Sadiq Khan é o aumento da capacidade de testagem, para que todas as pessoas que não possam trabalhar a partir de casa, estudantes e funcionários de escolas passem a fazer testes regulares à Covid-19.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, deverá anunciar esta segunda-feira um confinamento total com duração de um mês e o encerramento das escolas, numa tentativa de baixar o número de infeções da Covid-19 no país, escreve a agência Reuters. Mark Rutte realizou uma reunião de emergência esta segunda-feira e fará um discurso para anunciar novas eventuais medidas, que será transmitido às 18h00 (hora de Lisboa).
Além das escolas, também o comércio não essencial deverá fechar até 19 de janeiro — o que faria deste confinamento mais restritivo do que o imposto durante a primeira onda da Covid-19 entre março e maio, altura em que as escolas foram fechadas, mas as lojas puderam abrir. Outros edifícios públicos, como museus, cinemas e jardins zoológicos, também serão encerrados.
Situação é “gravíssima”. Presidente alemão pede ao país que aceite as novas restrições
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu esta segunda-feira ao país para aceitar as novas restrições à vida pública e à atividade económica para conter a pandemia. Num apelo à nação, Steinmeier incentivou a sociedade a agir “de acordo” com as regras para conter a disseminação do coronavírus, um dia depois de o Governo central e os 16 Estados federados terem concordado com um “confinamento rígido” a partir de quarta-feira.
O Presidente alemão, que tem uma posição eminentemente formal, mas com elevado perfil moral, garantiu que a situação é “gravíssima” e que nem o Natal nem o Ano Novo poderão ser festejados “como se pensava” devido às restrições sem precedentes na história do país.
“Depende de nós e sabemos o que fazer”, disse Steinmeier, que pediu “responsabilidade a cada um” para reduzir o número de infeções e mantê-lo em níveis que o sistema de saúde possa suportar. “Só o conseguiremos fazer se limitarmos radicalmente os contactos (interpessoais). Temos de fazer isso de forma rápida e abrangente. O nosso sistema de saúde não pode entrar em colapso”, disse o Presidente alemão. ”A pandemia não nos vai roubar o futuro. Vamos superar a pandemia”, concluiu.
O “duro confinamento” acordado no domingo obriga ao encerramento de lojas e escolas não essenciais a partir de quarta-feira, dia 16 de dezembro, até 10 de janeiro. Estas que se juntam às instalações de lazer, cultura e gastronomia, após encerramento da atividade em novembro.
As reuniões continuarão a ser limitadas a cinco pessoas de duas casas (sem contar os menores de 14 anos), embora as condições sejam ligeiramente relaxadas entre 24 e 26 de dezembro para permitir reuniões familiares (embora não na véspera de Ano Novo, Ano Novo e Dia de Reis). Para o reveillon e o Ano Novo, será decretada a “proibição de reuniões” a nível nacional em espaços públicos e será proibida a venda e o uso de produtos pirotécnicos, que costumam ser tradição nessa época.