Mato Grosso do Sul está se preparando para a retirada da vacinação contra febre aftosa a partir de 2022 e uma das ações fundamentais para garantir a segurança e a eficácia desse processo é a valorização dos fiscais estaduais agropecuários, que é uma das carreiras da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). São esses profissionais que monitoram, avaliam e garantem a qualidade e a sanidade do rebanho bovino sul-mato-grossense.
A retirada da vacinação contra aftosa abrirá novos mercados internacionais e fortalecerá a economia do Estado. Dessa forma, o trabalho da fiscalização agropecuária é essencial não apenas para o cumprimento das metas previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), como para a manutenção do status de área livre de aftosa sem vacinação.
A atuação dos fiscais estaduais agropecuários assegura a qualidade da produção e contribui para as exportações, que tiveram aumento de 11,32% em 2020 tendo como principais produtos a soja e a carne sul-mato-grossense. Com participação expressiva do agronegócio, a balança comercial do Estado registrou aumento de 38% no superávit do comércio exterior no ano passado.
“O mercado internacional está cada vez mais exigente e, graças ao trabalho dos fiscais estaduais agropecuários, Mato Grosso do Sul consegue atender aos critérios de segurança alimentar e regras sanitárias. A demanda aumenta a cada ano e, sem a vacinação contra aftosa, manter a sanidade do nosso rebanho será ainda mais importante para a economia do Estado”, avalia o presidente do Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários de Mato Grosso do Sul (Sifems), Ivan Garcia.
Desde 2019, o Sifems tem cobrado do Governo do Estado medidas de valorização dos fiscais estaduais agropecuários, como a atualização do Plano de Cargos e Carreiras. Entre as reivindicações da categoria estão a implementação do adicional de insalubridade e a correção da tabela salarial.
Ainda conforme o sindicato, o quadro funcional da Iagro era de 683 servidores, em 2010, e passou para 420, em 2021, o que representa uma redução de mais de 200 funcionários.
“Muitos são fiscais agropecuários que deixaram o órgão porque conseguiram salários melhores em outras carreiras, em outros concursos. Falta estímulo, falta valorização desses profissionais que atuam para o fortalecimento do agronegócio, um setor lucrativo, que sustenta a economia do Estado”, afirma o presidente do Sifems.
Uma auditoria realizada pelo Mapa, em 2018, apontou que a carreira de fiscal estadual agropecuário em Mato Grosso do Sul não é atrativa, mesmo por meio de concurso público, e recomenda o planejamento de ações que visem à sustentabilidade do quadro de pessoal.
O fiscal estadual agropecuário é responsável pela fiscalização e inspeção de produtos e subprodutos tanto de origem animal quanto vegetal, como a carne, o leite, o arroz, o milho e a soja. Dessa forma, além da importância econômica, a atuação desses profissionais garante a segurança dos alimentos que chegam à mesa da população.
Esse trabalho é feito por meio de projetos, análises, vistorias, auditorias operacionais e elaboração de pareceres técnicos, evitando, por exemplo, a disseminação de doenças como raiva, brucelose, tuberculose e febre aftosa.
“Na semana passada, nós enviamos novamente um ofício ao Governo do Estado cobrando melhorias para a categoria e esperamos que as reivindicações sejam atendidas diante da relevância da fiscalização agropecuária e da necessidade do fortalecimento do sistema de vigilância sanitária, principalmente nesse momento crucial da retirada da vacinação contra aftosa”, ressalta Ivan Garcia.
Assessoria.