A cultura afro-brasileira em Mato Grosso do Sul está em evidência na exposição fotográfica do projeto “Brasil, meu Brasil africano” que reúne fotos feitas por alunos da Escola Estadual Professora Fausta Garcia Bueno, de Campo Grande. O trabalho foi publicado na revista Foto Legenda, de Manaus (AM), e tem curadoria do renomado fotógrafo amazonense Tácio Melo, que possui trabalhos publicados na Europa.
Produzidas em novembro passado, durante as atividades do Mês da Consciência Negra, as fotografias foram tiradas dos celulares dos próprios estudantes. Ao todo, 146 alunos do 6° ao 9° ano participaram do projeto que discutiu superação de discriminações e preconceitos como o racismo. Parte dos jovens vive próxima às comunidades quilombolas Tia Eva e Furnas do Dionísio.
“Tivemos uma experiência muito interessante nesse projeto, onde aprendemos bastante coisa sobre a cultura quilombola – da arte à gastronomia. Já gostava de trabalhar com foto e quando surgiu esse projeto aceitei de primeira e aprendi bastante coisa”, disse a aluna Melissa Gabrielly dos Santos, de 12 anos, que estuda no 8° ano do Ensino Fundamental na escola estadual.
Diretora-adjunta do colégio, Érica Santos explicou que de todos os alunos participantes do “Brasil, meu Brasil Africano” cinco foram selecionados para visitar a Comunidade Quilombola Tia Eva e produzir as fotos. “Os usos das imagens foram devidamente autorizados pelos responsáveis e todas as medidas de biossegurança para a prevenção da Covid-19 também foram utilizadas”, ressaltou.
“Parabenizo os estudantes pelas lindas imagens captadas através de um olhar genuíno e encantador. Parabenizo e agradeço aos docentes idealizadores desse projeto maravilhoso e de grande relevância social e agradeço a professora Maria Cecília Motta, através da Secretaria de Estado e Educação (SED) pela confiança em nosso trabalho”, completou.
Um dos professores orientadores do projeto, Cesar Floriano, disse que essa é a primeira vez que a Escola Fausta Garcia Bueno publica um projeto fora de Mato Grosso do Sul. “O espaço na revista amazonense celebra muito mais que a culminância de um projeto escolar, mas o profissionalismo em expor o olhar que os estudantes registraram, traduzindo o dia-a-dia e a realidade da Comunidade Tia Eva”, destacou.
Já a professora Andréa Machado, que também orientou o trabalho, ressaltou os objetivos do projeto: “valorizar a pluralidade racial de nossa comunidade escolar; combater o racismo no âmbito escolar; e desenvolver atividades que os levassem a uma reflexão e compreensão de mudança na maneira de ver e pensar sobre a raça e a cultura africana e afro descendentes”. “Tenho certeza que nossos objetivos foram alcançados”, completou.
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