O transtorno bipolar é uma condição que causa mudanças extremas de humor, que podem variar de períodos de euforia e hiperatividade a períodos de depressão profunda. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, pessoas diagnosticadas com transtorno bipolar têm uma expectativa de vida reduzida em até nove anos, se comparadas com a população em geral.
A pesquisa também mostrou que a taxa de suicídio entre indivíduos com transtorno bipolar é cerca de 20 vezes maior do que na população em geral. O cenário é tão grave que o dia 30 de março foi instituído como o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, para incentivar a conscientização sobre essa condição que afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa cerca de 1% da população.
Tratamento
Sobre o assunto, o psicólogo e professor do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Denis Coelho, ressalta a importância de reconhecer e tratar o transtorno bipolar de maneira adequada: “É fundamental que os sintomas sejam identificados e tratados por profissionais de saúde mental como psicólogos e psiquiatras. O tratamento pode incluir medicação, terapia psicológica, além de mudanças no estilo de vida, como praticar exercícios físicos, ter uma dieta equilibrada e evitar o consumo de álcool e drogas”, explica.
Um estudo recente publicado na revista científica The Lancet Psychiatry concluiu que o tratamento precoce pode melhorar os resultados do tratamento a longo prazo, diminuindo, inclusive, as hospitalizações e os sintomas de depressão.
Sem cura
Ainda segundo Denis Coelho, o transtorno bipolar não tem cura e as mudanças de humor ocasionadas podem ser tão intensas que interferem na vida cotidiana do indivíduo, incluindo a capacidade de realizar tarefas simples e de manter relacionamentos interpessoais. “É importante que a sociedade entenda que o transtorno bipolar é uma condição médica real, que requer tratamento para ajudar no controle dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Por isso, se há suspeita que você esteja enfrentando essa condição ou conheça alguém que possa estar sofrendo, não hesite em buscar ajuda profissional”.
O psicólogo diz, também, que há uma certa romantização do transtorno, o que não é bom, pois isso pode levar as pessoas a não buscarem o tratamento. “Como algumas pessoas podem ter o transtorno de forma leve, a questão pode ser levada como uma mera questão de personalidade “forte” ou de um temperamento instável, às vezes até associando, erroneamente, ao ciclo menstrual na mulher, mas que deve ser investigado seriamente”, finaliza.