A epilepsia é uma condição em que o paciente tem predisposição em apresentar crises epiléticas, que são sintomas neurológicos causados pelo funcionamento anormal de uma determinada área do cérebro.
“Dependendo da área do cérebro afetada, as manifestações clínicas serão diferentes, mas o tipo mais comum é aquele em que o paciente cai no chão, perde a consciência e tem abalos da musculatura dos membros superiores e inferiores, e, junto a isso, pode haver salivação excessiva”, explica Dra. Aline Marques da Silva Braga, neurologista e especialista em epilepsia da Unimed Campo Grande.
A médica ressalta que um dos maiores problemas enfrentados pelos pacientes com a doença é o preconceito. “Há um estigma entorno da doença, mas é importante dizer que a maioria das pessoas com epilepsia tem uma capacidade cognitiva absolutamente normal”, defende.
Para mudar este cenário, no dia 26 deste mês, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia.
Diagnóstico
Segundo Dra. Aline, o diagnóstico de epilepsia baseia-se no histórico clínico de cada paciente, naquilo que ele próprio conta e no que o familiar presencia durante a crise. “Além disso, quando uma pessoa já teve duas ou mais crises, podemos estabelecer o diagnóstico de epilepsia, sendo que os exames vão nos ajudar a definir os subtipos da doença”, explica a médica.
Tratamento
O tratamento é prescrito sempre de acordo com o subtipo da doença e pode ser:
– Medicamentoso: o paciente toma diariamente a medicação prescrita, visando prevenir novas crises.
– Cirúrgico: na minoria dos casos, existe a indicação cirúrgica.
Qualidade de vida
A especialista lembra que alguns hábitos podem contribuir para uma vida com mais qualidade e longe de crises. “Tomar a medicação prescrita de forma correta, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física e ter uma boa noite de sono. Todos esses hábitos, associados, farão com que ocorra menor quantidade de crises epiléticas e que o paciente tenha uma vida com mais qualidade”, enfatiza.
Para ajudar uma pessoa em convulsão epiléptica, a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) orienta ter calma e seguir algumas dicas:
– Coloque a pessoa de lado e com a cabeça elevada para que não sufoque com a saliva. Não tente segurar braços e pernas.
– Apoie a cabeça sobre algo macio para protegê-la. Não tente abrir a boca da pessoa, nem inserir nada.
– Localize objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os. Retire óculos e afrouxe roupas apertadas.
– Monitore o tempo. Se a crise durar mais de 5 minutos ou se repetir, ligue para a emergência.
– Acompanhe a pessoa até que ela acorde. Em caso de ferimentos ou de primeira crise na vida, também chame a emergência.