Há muitas razões que fazem de Campo Grande uma cidade peculiar entre os 5.570 municípios brasileiros. A mais relevante certamente é a força do seu povo, expressa na generosidade e capacidade de acolher quem aqui chega. Cidade forjada na combinação de um caldeirão de etnias e culturas de todas as regiões do País e até de vários continentes. Chegou o 26 de agosto de 2022, data em que a cidade completa 123 anos de emancipação político-administrativa.
Além de comemorar, resgatar um pouco da sua história, o dia é para todos seus habitantes (já são aproximadamente 1 milhão) celebrarem o privilégio de morar numa cidade com dimensões de metrópole, mas que não perdeu suas raízes interioranas. Aqui convivem pacificamente o ronco do motor de uma frota de 600 mil veículos, com o gorjeio dos pássaros que enfeitam a paisagem. Quem chega aqui pela primeira vez admira as suas avenidas arborizadas e se rende aos encantos dos seus parques e ao charme dos seus points.
Um deles, o Mercadão Municipal, é um ponto de encontro de gerações e de todas as classes sociais, que partilham deste espaço público e democrático.
Quem se mudou para Campo Grande se apaixonou pela cidade . É o caso do curitibano Salvador Batista Pontes, 43 anos, açougueiro no Mercadão, que traduz em verso o que sente pela cidade.
“Aos teus pés Campo Grande, eu já falei em palavras para muitos ouvirem, para vocês não me julgarem segundos os seus olhos e sim aos sentimentos, porque mesmo que outro venha me oferecer alegria, não existe alegria maior que estar aqui, em Campo Grande”, recitou uma poesia para Capital.
“Mesmo que eu buscasse em uma biblioteca e eu lesse todos os livros que ali existem, mesmo assim não encontraria palavras que definam o quanto eu gosto de Campo Grande”, diz Pontes.
Ele conta que mora em Campo Grande há 13 anos. “Vim de Curitiba passear e achei um lugar calmo, tranquilo, as pessoas são agradáveis, boas e generosas. Não quero sair daqui nunca mais”.
José Sebastião de Oliveira, 73 anos, mora em Campo Grande há 65 anos. Tem uma banca no Mercadão onde vende doce de leite.
‘Aqui é o melhor lugar para morar, para trabalhar e viver. Eu não tenho o que falar mal de Campo Grande. Adoro. Me chamam para outros lugares e eu respondo: Vou nada. Aqui é o meu lugar. Nunca viajei para outro lugar”, comenta.
O corretor de imóveis Nelson Pimentel mora em Campo Grande desde 1981. Frequentador assíduo da Praça Ary Coelho não se arrepende de ter saído da capital paulista e vindo para a cidade morena.
“Lá, onde trabalhava como gerente, saia de casa às 6h e voltava a meia-noite. Eu queria ter uma vida mais tranquila. Poder levar e trazer minhas filhas da escola. Minhas filhas cresceram, casaram.Tenho sete netos e a gente criou raízes aqui. Essa cidade entrou no meu coração. Tenho muitos amigos e criei um bom relacionamento. A gente vai ficar por aqui mesmo. É uma cidade boa, ótima pra você criar sua família aqui”, avalia..
Frequentador do Belmar Fidalgo, um dos espaços públicos de lazer mais tradicionais da cidade, o bombeiro militar
Carlos José Roledo, 68 anos, mora na cidade desde 1983.
“É uma cidade que proporciona uma boa qualidade de vida. Eu gostei realmente daqui., Estudei, me formei, criei meus filhos e aqui estou”, resume.
Monica Oliveira, 58, servidora pública, mora no Centro. “Eu gosto desse ambiente. Moro desde que nasci aqui. Nunca quis morar em outros lugares, gosto daqui. Para outros lugares só para passear e viajar. Foi um crescimento muito bom o da cidade, tem oportunidade para tudo e todos. Minha filha, por exemplo, estuda na UFMS, que é referência no estudo, faz veterinária e nem precisou sair daqui. Gosto de comer sobá e espetinho na feira central”.