Você com certeza já ouviu algum relato sobre racismo, seja na TV, no rádio, na internet ou até mesmo onde você mora. O que muitas pessoas não sabem é que o racismo não está presente apenas em formas de discriminação e xingamentos, ele é naturalizado em nosso dia a dia de outras formas.
Apesar de representarem mais da metade da população brasileira, pessoas indígenas, negras, quilombolas e povos tradicionais são historicamente os segmentos mais excluídos e sofrem com a discriminação em vários setores da sociedade. Elas são as maiores vítimas de homicídio, têm maior dificuldade no acesso à saúde, educação, cultura, emprego, moradia digna, postos de liderança, além de serem impactados de maneira desproporcional pelos efeitos negativos dos problemas que o Brasil enfrenta nos temas da segurança pública e violência doméstica, por exemplo.
Por tudo isso, a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), as Associações Estaduais e Distrital de Defensoras e Defensores Públicos e as Defensorias Públicas estaduais e Distrital lançaram a campanha temática “Racismo se combate em todo lugar: Defensoras e Defensores Públicos pela equidade racial”.
A iniciativa visa fomentar a necessidade de equidade étnico-racial no acesso a direitos e às políticas públicas de pessoas indígenas, negras, quilombolas e povos tradicionais e quer provocar a sociedade, o Estado e a imprensa para que o antirracismo seja uma luta de todas e todos por meio da educação em direitos.
No dia 17 de maio (segunda-feira), a partir das 19h, no YouTube da ANADEP (www.youtube.com/canalANADEP), acontecerá o lançamento oficial da Campanha. A live contará com a participação da presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte; da presidenta do Condege, Maria José de Nápolis; da coordenadora da Comissão Temática da Igualdade Étnico-Racial da ANADEP, Clarissa Verena; do senador Paulo Paim (PT-RS); e da deputada Talíria Petrone (PSOL-RS). O lançamento faz parte da programação do webinário “#DefensoriaemPauta: desafios para o acesso à justiça” que visa celebrar o dia alusivo à Defensoria Pública, à defensora pública e ao defensor público (19 de maio).
Para Ilton Aparecido de Assis, Defensor Público Estadual aposentado e associado da ADEP-MS (Associação das Defensoras e Defensores Públicos de Mato Grosso do Sul), a discriminação é um problema cultural que o Brasil ainda não conseguiu se desvencilhar. “É um fator que ainda está enraizado na cultura do povo brasileiro e enquanto os responsáveis pela administração do país, dos estados e municípios não adotarem a postura de incluir nas grades escolares, desde a primeira infância, o ensinamento de respeito a essas consideradas desigualdades, para que as gerações futuras conheçam isso apenas na história, o combate a esse mal não surtirá nenhum efeito”, comenta.
“É preciso capacitar os futuros pais, dentro do próprio lar e também no ensino, a passarem para os filhos o olhar diferenciado a alguém que tenha uma cor diferente, olhos puxados ou utilizem adereços de sua cultura. Só assim vejo a forma de extirpar a discriminação racial”, complementa.
De acordo com o Defensor Público, o indivíduo deve lutar sempre e liderar lutas, convencendo mais pessoas da necessidade de busca por um mundo mais humanizado. Cabe também as empresas e instituições o trabalho no âmbito da educação do povo com intuito de afugentar o mal disseminado com a discriminação racial, pois, o compromisso empresarial e das instituições é extremamente relevante para a modificação do comportamento humano.
Assessoria ANADEP/ ADEP-MS.