A força da ancestralidade e a riqueza dos povos originários são o enredo do Carnaval 2025 da Escola Deixa Falar, seis vezes campeã em Campo Grande. A agremiação desfila no próximo dia 4, na Praça do Papa, representando a comunidade da Vila Nasser.
De acordo com o carnavalesco Francis Fabian, o objetivo é surpreender o público com um Carnaval ainda melhor que os anteriores, remetendo à herança culinária, às danças e crenças de origem indígena e africana. “Temos trabalhado para apresentar um belíssimo Carnaval, cheio de encantamento e brasilidade, no qual tudo é feito pela comunidade de forma totalmente participativa.”
A mestre de bateria, Nayara Thomaz, também antecipa que o público pode esperar um desfile inesquecível. “Trabalhamos intensamente no barracão da escola, e, no dia do desfile, o público verá o reflexo de todo esse trabalho cuidadoso e bem planejado.”
Para Francisco Lopes, presidente da agremiação, o tema escolhido tem grande relevância no momento histórico, seja na conquista de protagonismo de cada brasileiro ou na construção de uma sociedade mais justa. “Ao falarmos de ancestralidade, da miscigenação dos povos originários ou da diáspora africana, queremos demonstrar que essa é formação pluricultural que cria esse povo lindo que é o brasileiro, o sul-mato-grossense, o campo-grandense. Com isso, chamamos para uma reflexão social e antropológica não vitimista, mas vitoriosa!”
Bateria inclusiva e representatividade feminina
Com a primeira mulher mestre de bateria de Mato Grosso do Sul, a Filhos de Jorge é marcada pela coesão, formação técnica e harmonia entre os ritmistas, garantindo um desempenho vibrante e contagiante durante os desfiles. Mas, além disso, segundo Nayara Thomaz, a inclusão é a grande marca. “Este ano, em especial, contamos com um número de mulheres muito superior ao de todos os outros anos! A participação feminina, além de histórica, traz também uma perspectiva de empoderamento e representatividade, refletindo a importância do papel das mulheres no samba e na cultura do Carnaval, não apenas em Campo Grande, mas em todo o país”, destaca.
A bateria mais famosa da cidade conta ainda com a participação de crianças, adolescentes e pessoas com mais de 60 anos. “Por isso, nosso lema é: TEM QUE RESPEITAR!”, reforça Nayara.