Por: Wilson Aquino*
O sagrado papel de mãe vai muito além da capacidade biológica de gerar um filho. Ser mãe é assumir a responsabilidade de formar um ser humano, de educá-lo para a vida, de prepará-lo para enfrentar os desafios e as tentações que surgirão ao longo de sua caminhada. Não basta apenas alimentar e abrigar; é preciso ensinar, orientar e ser um exemplo constante de honestidade, trabalho e fé.
Existem, entretanto, diferentes perfis de mães, e é importante diferenciá-los. Há aquelas que simplesmente colocam filhos no mundo e viram as costas, deixando-os à própria sorte ou delegando a terceiros a responsabilidade de educá-los. Essas mães podem até cumprir o papel biológico, mas falham no papel moral e social, pois abandonam a formação do caráter dos filhos.
Outras mães preferem passar os filhos para parentes ou terceiros, terceirizando o amor, o cuidado e a educação. Elas justificam suas ausências com desculpas diversas, mas a verdade é que o tempo não volta e o amor que não é dado pode deixar marcas irreparáveis no coração dos filhos.
Há também aquelas que alimentam e dão abrigo, mas não oferecem uma educação de qualidade, não dialogam, não orientam e não informam. Elas acreditam que suprir as necessidades físicas dos filhos é suficiente, mas ignoram que a formação do caráter depende mais do que alimento e teto. Essas crianças crescem sem uma bússola moral, tornando-se presas fáceis para abusadores, ideologias destrutivas e vícios que poderiam ser evitados com uma educação firme e amorosa.
E, finalmente, existe a Mãe com ‘M’ maiúsculo, aquela que vai além. Ela não apenas alimenta e abriga, mas educa, orienta, corrige e molda o caráter dos filhos. Ela os prepara para que não sejam pegos de surpresa em situações de abuso, questões sexuais ou ideológicas. Ela ensina os princípios da honestidade, da disciplina e da fé, mostrando que o verdadeiro sucesso vai além das conquistas materiais e se encontra na integridade moral e na paz interior.
Exemplos de mães com ‘M’ maiúsculo não faltam. Dolores Aveiro, mãe do astro Cristiano Ronaldo, é um símbolo de força e determinação. Sozinha, ela criou o filho em meio a dificuldades, trabalhando incansavelmente e incentivando-o a seguir seus sonhos. Hoje, ele é um dos maiores jogadores de futebol do mundo e, acima de tudo, um homem que não se esquece da importância de sua mãe, mantendo-a ao seu lado como seu maior tesouro.
Outra mãe inspiradora é Sonya Carson, retratada no filme “Mãos Talentosas”, que narra a trajetória de Benjamin Carson, um dos maiores neurocirurgiões pediátricos da história. Mesmo sem estudos, Sonya trabalhou dia e noite para garantir que os filhos tivessem acesso à educação. Ela os incentivava a ler, estudar e acreditar em seus sonhos. Hoje, o sucesso de Ben Carson é um testemunho do poder transformador do amor e da determinação de uma mãe com ‘M’ maiúsculo.
Russell M. Nelson, presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, declarou: “O papel da mãe é essencial. Ela é a guardiã do lar, a fonte de amor e segurança. Seu exemplo influencia não apenas seus filhos, mas gerações inteiras. Ela ensina a verdade e a retidão com palavras e ações, apontando o caminho para o Salvador”.
O Élder Jeffrey R. Holland destacou que “as mães têm o poder de transformar lares em santuários espirituais. É por meio de seu amor e ensinamentos que as crianças aprendem a reconhecer a voz do Espírito e a sentir o amor do Salvador”.
Para o Élder D. Todd Christofferson, “uma mãe que educa seus filhos nos caminhos de Cristo está plantando sementes eternas. Mesmo que os filhos se desviem, a influência de uma mãe fiel permanece como um farol, chamando-os de volta ao caminho da retidão”.
A Bíblia nos ensina: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Essa é a missão da mãe exemplar: educar para a eternidade.
Outro ensinamento fundamental está em 2 Timóteo 1:5, onde Paulo reconhece a fé inabalável que habitava em Timóteo, herdada de sua avó Lóide e sua mãe Eunice. Esse exemplo mostra a importância da influência materna na construção de um caráter cristão.
Ser mãe com ‘M’ maiúsculo é ser uma referência de amor incondicional e orientação divina. É dedicar tempo, atenção e fé na formação de cidadãos conscientes e de cristãos verdadeiros. É ser luz, porto seguro e guia espiritual. E que neste Mês das Mães, todas as mulheres possam refletir sobre o tamanho de sua responsabilidade na construção de um futuro melhor para seus filhos e para a sociedade.
*Jornalista e Professor