É fato que todos nós precisamos e, muitas vezes, desejamos ter uma boa noite de sono, afinal, ao dormir bem, recuperamos as funções mentais desgastadas ao longo do dia. Também é durante o sono que acontece maior conservação de energia, reparação celular e facilitação da memória. Além disso, dormir bem gera mais disposição física e mental durante o dia, bom humor, retarda os mecanismos de envelhecimento, melhora a imunidade, nos tornando mais resistentes às infecções, e é quando diminui a pré-disposição às doenças cardiocirculatórias e metabólicas.
Neurologista e especialista em medicina do sono da Unimed Campo Grande, Dr. Marcílio Delmondes Gomes, explica que para cada faixa etária há uma recomendação de tempo adequado de sono. “O ideal para o adulto seria, no mínimo, de 7 a 8 horas, com uma variável de 5 até 10 horas, já para um recém-nascido, o ideal é em torno de 14 a 16 horas, por exemplo. Após os 60 anos de idade ocorre uma diminuição desse tempo total de sono, com uma variável de 6 a 7 horas, bem como a fragmentação do mesmo ao longo da noite, resultando em micro despertares. Disso podemos observar que o sono evolui com mudanças de tempo (horas necessárias) de acordo com os processos de amadurecimento cerebral, se estabilizando do adulto jovem até o início da senescência (processo de envelhecimento), onde novamente começa a sofrer modificações paralelas aos mecanismos do envelhecimento”.
De acordo com o especialista, dormir mal pode acarretar em sérios problemas para a saúde. “A longo prazo, um sono de má qualidade pode resultar em hipertensão arterial (inicialmente à noite e depois o dia todo), arritmia cardíaca, pré-diabetes podendo evoluir para diabetes, diminuição da libido em ambos os sexos, assim como impotência nos homens, distúrbios de memória, alterações do humor podendo levar à depressão e à ansiedade, sonolência excessiva durante o dia, aceleração dos processos de envelhecimento, diminuição da imunidade, entre outros”, elenca.
Na hora de dormir, vale estar atento a alguns fatores que podem prejudicar esse momento tão importante para a nossa saúde. Fazer uma boa higiene do sono antes de se deitar pode ajudar a dormir melhor.
“Evite o uso de aparelhos eletrônicos até a madrugada, como celulares, computadores e TV, use o quarto apenas para dormir e à noite, não faça o uso de psicoestimulantes à noite, como cafeinados, anfetaminas ou qualquer outro, mantenha os mesmos horários para dormir e acordar, procure tomar banho e jantar pelo menos 2 horas antes de deitar-se, deixe o quarto escuro, com uma temperatura agradável e use roupas leves”, orienta Dr. Marcílio, lembrando que algumas dores crônicas também podem dificultar na hora de pegar no sono. “Pessoas que sofrem de artrite, artrose, fibromialgia, dores na coluna, além de depressão, ansiedade, distúrbios hormonais, principalmente hipertireoidismo e hiper suprarrealismo, distúrbios de movimento dos membros e respiratórios também podem ter o sono prejudicado”, explica o médico.
O especialista em sono ressalta ainda que pessoas com dificuldade para dormir ou que tenham más noites de sono precisam procurar ajuda médica. “A partir do instante que o indivíduo nota dificuldade para iniciar, manter ou terminar o sono, bem como mesmo dormindo a noite toda acorda sempre com a impressão de que esse sono não foi reparador, cansado, com dores de cabeça, mal humorado, ou que apresente alterações comportamentais durante o sono, como roncos, paradas respiratórias ou ainda muitos movimentos de braços e pernas, observadas por quem divide a mesma cama ou quarto. Tudo isso são indicativos para uma avaliação médica”, finaliza.
Assessoria Unimed.