A Startup Fiems reuniu cases de sucesso de Mato Grosso do Sul para apresentar suas experiências ao Governo do Estado e contribuir para elaboração de políticas públicas de incentivo e aperfeiçoamento para o setor.
De acordo com o gerente da Startup Sesi, Odilon Moura, a reunião é uma oportunidade de ampliar o diálogo e fortalecer o segmento. “Um dos objetivos é apresentar os cases de sucesso e dar subsídios para secretaria na formulação de políticas públicas”, ressaltou.
O secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ricardo Senna, coletou as demandas do setor e comentou os projetos previstos para incentivar as novas experiências no Estado. “O desafio é elaborar uma política de Estado com recurso e melhores práticas para serem utilizadas para estes negócios, independente da gestão em vigor”, pontuou.
Na ocasião, o fundador da 8020, Kenneth Corrêa, apresentou o panorama das startups no Brasil e em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, são 14 mil startups no Brasil, com faturamento médio de mais de R$ 850 milhões, com média de 16 colaboradores cada. Em Mato Grosso do Sul, os novos negócios têm uma média de faturamento de R$ 24,4 milhões e média de 170 colaboradores.
Experiência para pensar soluções
O fundador da Jera, especializada no desenvolvimento de software, Jefferson Moreira, ressaltou o potencial do Estado na criação de empresas de sucesso que hoje operam em âmbito nacional. “Estamos falando de grande cases, não do tamanho da Waze ou RD Station, mas tem casos muitos legais que nasceram aqui no Estado. Acreditamos que essas novas startups servem de exemplo de como potencializar a região”. A empresa foi criada em 2010 e atualmente é uma das fornecedoras oficiais do Rock in Rio.
Já João Carlos Siqueira, da ENG Soluções Tecnológicas, destacou a importância dos incentivos públicos para consolidação da empresa, fazendo uso de incubadoras e de recursos disponíveis em editais. “É muito importante contar com esses tipos de benefícios que o governo traz para nós”. Atualmente, os negócios atendem grandes empresas e instituições como Energisa, Águas Guariroba, UFMS e Light.
David Barbosa comentou sobre o desenvolvimento da Magnet Customer, plataforma que alia marketing de relacionamento e atendimento ao cliente, criada em Campo Grande. Atendendo hoje empresas como BTG e Bosh, o negócio contou com ambiente favorável de desenvolvimento. “O Estado propiciou essa capacidade de gerar um ecossistema. As pessoas estavam focadas em criar empresas diferentes”, relembrou.
Criador da plataforma de cursos Porta da Educação, Ricardo Nantes comentou sobre a escassez de incentivos financeiros na época de estruturar o negócio. “A dificuldade que existe e o Estado pode ajudar é principalmente na redução da burocracia”, explicou.
Atuando no segmento da construção civil, a criadora da Digna Engenharia Social, Evelin Melo, ressaltou o papel transformador do negócio com propósito de atender pessoas de baixa renda na sua própria comunidade, apesar dos desafios. “Sinto dificuldade nas tributações. Não somos uma ONG, nem somos uma grande construtora. Mas, sou tributada como uma grande”, exemplificou.
Criador de uma das principais plataformas de software de agronegócio da América Latina, a Agrointeli, Renato Borges explicou que o negócio atende atualmente quase 1 mil fazendas e em 90% dos casos, a empresa é a primeira experiência tecnológica das propriedades rurais. “A tecnologia entra para dar gerência”, explicou.
O Estado também traz experiência de greentecs. A Rec+, de Francisco Pacca, é a maior base de operadores logísticos do Brasil contado com mais de 100 catadores ativos. Operando a pouco mais de um ano, hoje a empresa atua em mais de 12 estados. “Fomos favorecidos pelo ambiente propiciado pelo governo do Estado e hoje reunimos mais 250 mil toneladas de materiais recicláveis”.
Focada no ensino de tecnologia, a Gama Academy, de Guilherme Junqueira, também nasceu em Mato Grosso do Sul. “Surgimos como um fornecedor de talentos para a indústria de Startups”, explicou. A empresa foi comprada por R$ 80 milhões. Entre as sugestões de incentivo pelo Estado, ele ressaltou a necessidade de melhores estratégias de acesso a conhecimento, a clientes e a talentos.
O ramo alimentício foi representado pela criadora da Angí Chocolate, Bia Blanco. Hoje, a empresa é a única representante do Estado no segmento, com a única fábrica de chocolate orgânico com foco em frutos do Cerrado. Para ela, o governo pode atuar principalmente na área de incentivos para certificações nacionais e internacionais para empresas comprometidas com o meio ambiente.
Fundado há seis anos, hoje, o negócio é sustentável financeiramente e com a participação de cerca de 360 famílias que vivem do extrativismo, tem capacidade de produzir 6 toneladas de chocolate por ano. A empresária destacou a importância de editais públicos na consolidação da empresa, além do uso do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para ampliação. “Eu acredito que além de negócio, criei um local de representatividade de Mato Grosso do Sul na gastronomia como cultura”, destacou.