A senadora Simone Tebet (MDB) declarou hoje apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno após a executiva nacional do MDB anunciar mais cedo que adotará posição de neutralidade na disputa entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Apesar das críticas que fiz, depositarei nele o meu voto. Seu compromisso é com a democracia e Constituição, o que desconheço no atual presidente”, afirmou. “Não anularei meu voto, não votarei em branco, não cabe omissão”, reforçou Tebet em seu pronunciamento. Para ela, se omitir seria “desonrar a história de vida pública de meu pai e de homens históricos do meu partido e da minha coligação”.
“Critiquei os dois candidatos que disputarão o segundo turno e continuo a reiterar as minhas críticas. Mas, pelo meu amor ao Brasil, à democracia e à Constituição, pela coragem que nunca me abandonou, peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós”, falou. Segundo a senadora, seu voto está de acordo com sua “consciência e razão”.
A religião, maior pauta deste segundo turno, também foi tema do discurso de Tebet: “Neste ponto, um desabafo: de que vale irmos às nossas igrejas, proclamar a nossa fé, se não somos capazes de pregar o evangelho e respeitar o nosso próximo nos nossos lares, no nosso trabalho, nas ruas de nossa pátria?”.
“Há um Brasil a ser, imediatamente, reconstruído. Há um povo a ser, novamente, reunido. Reunido na diversidade, antes e sempre, a nossa maior riqueza, agora esmigalhada por todos os tipos de discriminação.”
Segundo assessoria, Lula não participou da agenda porque já tinha compromisso marcado com apoio de governadores e senadores para o mesmo horário e a senadora queria fazer um pronunciamento próprio. Durante a manhã, Tebet se reuniu com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa encabeçada por Lula e, depois desse encontro, almoçou com o ex-presidente na casa da ex-prefeita Marta Suplicy.
Esse almoço de Tebet com Lula foi organizado por intermédio de Janja, esposa do petista. Ela ligou para senadora na segunda-feira (3), um dia depois do primeiro turno, e passou o telefone ao ex-presidente para que os dois conversassem.
Tebet acompanhou a apuração das urnas em São Paulo e, após a contabilização dos votos, não retornou a Brasília nem viajou para Mato Grosso do Sul, seu estado natal. Firmado em almoço. Segundo a presidente petista, Gleisi Hoffmann, o almoço para firmar a parceria foi “ótimo”, com troca de “desafios da campanha”. “Ela apresentou ao presidente um rol de projetos que ela gostaria de ser incorporado ao nosso programa, na defesa que ele faz de políticas públicas”, disse Gleisi. “Falou-se também sobre a defesa da democracia.”.
De acordo com a petista, as propostas eram focadas em educação, saúde e relacionados a “questão da mulher”. “Não só na participação de espaços públicos como na questão de direitos”, completou. Vale mais que mil palavras. Com eventos na mesma hora, os dois deverão posar para uma foto oficial de aliança e dar entrevista juntos amanhã, depois de uma agenda de Lula em São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista. Amanhã, Lula também deverá se encontrar com senadores do PSD.
Fonte: UOL.