Campo Grande está fazendo a sua lição de casa, seguindo as normas estabelecidas pelo poder público, colaborando para que os números da pandemia fiquem estáveis e controlados. Não tivemos ponto facultativo no carnaval, as festas e grandes aglomerações foram proibidas, a fiscalização foi firme contra os clandestinos. A Saúde da cidade tem dado as respostas rápidas e certeiras.
Mas, de nada adiantam tantos cuidados, se as cidades do interior e o próprio Estado não fazem a sua parte. De nada adiantam tantas restrições para a população campo-grandense, se a primeira opção das prefeituras do interior é mandar os pacientes para a capital. Um exemplo é Dourados, segunda maior cidade do Estado, pólo de uma grande região que abrange 12 municípios, e não tem mais que três dezenas de leitos de UTI para atender toda essa população.
Hoje, Campo Grande foi novamente pintada de vermelho, devido ao aumento na ocupação de leitos, não por não campo-grandenses, e sim por pacientes vindos do interior, que sobrecarregam o nosso sistema, inflando os números e colocando a capital em alerta.
Por isso, mais que pintar mapas, é necessário que o Estado faça uma forte cobrança e orientação dos gestores do interior, além de garantir leitos de UTI, medicamentos, pessoal e estrutura para essas cidades.
A pandemia não pode ser tratada com a ambulanciaterapia, onde os pacientes são simplesmente transportados para a capital, ao invés de serem tratados em suas cidades. Além de prejudicar Campo Grande, ainda é uma crueldade com as pessoas doentes, que já ficam afastadas dos seus entes, por conta do isolamento, e com a distância, ainda sofrem com a dificuldade de obter informações.
Essa situação não pode permanecer. As medidas de restrição ainda seguem as mesmas, porém se continuarmos recebendo essa quantidade de pacientes, poderemos, em breve, sofrer com regras mais duras por culpa da ingerência daqueles que deveriam cuidar das pessoas e das cidades.
Assessoria CDL.
