No dia 23 de novembro próximo, o Projeto Florestinha completará 30 anos. Com o objetivo inicial de minimizar problemas de invasões por crianças e adolescentes para caçar animais com estilingues em uma Reserva Florestal no bairro Jardim Presidente, foi criado o Projeto Florestinha. Da ideia inicial de minimizar os problemas ambientais surgiu a possibilidade de socializar as atividades, retirando e não permitindo que crianças e adolescentes carentes dos bairros circunvizinhos à Unidade de Conservação fossem às ruas, enquanto seus pais precisavam trabalhar para retirar o sustento.
Com o passar do tempo, a visão de cidadania, hierarquia, disciplina e Educação Ambiental dominaram o Projeto. Por lá, passaram crianças e adolescentes que hoje servem à sociedade como jornalistas engenheiros, empresários, administradores e diversas outras profissões.
ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (ENTRE OS DIAS 21 A 23 DE NOVEMBRO)
Para comemorar os 30 anos de criação, as crianças do Projeto Florestinha da Capital realizarão a 1ª Feira de Educação Ambiental, juntamente com os parceiros, Secretaria de Educação do Estado, o Instituto Águas de Bodoquena (IASB, Energisa), SICRED, Detran-MS, Sesau, entre outros. A solenidade de abertura da 1ª Feira de Educação Ambiental Florestinha ocorrerá no dia 21 de novembro às 08h30 e seguirá até o dia 23 de novembro, nos períodos matutino e vespertino, no quartel da Polícia Militar Ambiental em Campo Grande, à rua Lima Félix, 174, no bairro Jardim Veraneio (referência – ao lado do CRAS e da Cavalaria).
Os trabalhos de Educação Ambiental na feira serão realizados especialmente para alunos das escolas estaduais e municipais de Campo Grande, além dos alunos do Projeto Florestinha das unidades do interior e capital, estimando a participação de aproximadamente 500 estudantes durante todo o evento, que passarão por atividade educacional em um local com estandes e ambientes, inclusive com animais taxidermizados (empalhados), onde serão discutidos todos os temas ambientais com os participantes.
TRABALHOS PERMANENTES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDOS PELO PROJETO
Além de um estante para atender alunos e a população no Bioparque desde sua abertura, os trabalhos de Educação Ambiental realizados pelo Projeto Florestinha durante todo o ano, são em forma de “Oficinas”, sendo as principais:
- Reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos.
- Visitação ao museu de animais e peixes taxidermizados (empalhados), com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres.
- Casa da Energia. Trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar-condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.
- Apresentação do teatro de fantoches, com peças sobre as questões ambientais, como: desmatamentos, incêndios florestais e resíduos sólidos.
- Plantio de Mudas, com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora.
Com esse formato, além de as crianças não estarem nas ruas, enquanto os pais precisam trabalhar, ainda realizam trabalho preventivo fundamental para a minimização dos problemas ambientais que é a Educação Ambiental.
CRONOGRAMA DE VISITAÇÕES FEIRA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FLORESTINHA
Segunda – 21 /11
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terça-feira – 22/11 | quarta-feira – 23/11 |
Manhã | Manhã | Manhã |
Escola Marçal de Souza – 50 alunos Florestinha Campo Grande Unidade I 50 ALUNOS Unidade II 50 ALUNOS |
Escola Tito 30 alunos Florestinha Três Lagoas – 35 pessoas. Florestinha Anastácio – 25 pessoas |
Escola Municipal – 50 alunos Florestinha Costa Rica – 40 alunos Florestinha Bataguassu – 40 alunos |
Tarde | Tarde | Tarde |
Marçal – 50 alunos |
Escola Tito 30 alunos |
Escola Municipal 50 alunos |
OBS: Os alunos do Projeto Florestinha das unidades do Interior do estado, após a visitação aos stands da feira, farão uma visita ao BIOPARQUE PANTANAL.
HISTÓRICO DO PROJETO FLORESTINHA, OBJETIVOS E TRABALHOS DESENVOLVIDOS
O Projeto Florestinha é um trabalho social e ambiental desenvolvido pela Polícia Militar Ambiental, o qual trabalha com crianças e adolescentes carentes de 7 a 16 anos, tirando-lhes ou evitando que caiam nas ruas, dando-lhes a chance de ter uma profissão e ensinando-lhes a serem cidadãos com sensibilidade ambiental. O Projeto iniciou-se em 23 de novembro de 1992, no município de Campo Grande (MS) com 50 crianças, em instalações localizadas em uma reserva ambiental de 180 hectares, no bairro Jardim Presidente, denominada Matas do Segredo.
No início recebeu a denominação de Guarda Florestal Mirim, que em convênio com o PROMOSUL (Secretaria de Promoção Social do MS), foi possível melhorar o atendimento das crianças. Além das aulas de Educação Ambiental, reforço escolar e treinamentos que eram ministrados por policiais, passaram a receber acompanhamento psicológico, odontológico, reforço alimentar, vale transporte e orientação profissional, que era feita por profissionais da Promossul, sempre em conjunto com os Policiais Ambientais.
Em 2009 foram municipalizadas as ações sociais, passando a ser a parceria no projeto na Capital com a Secretaria Municipal de Ação Social-SAS. Esta Secretaria desenvolve as atribuições a ela pertinentes, ou seja, contribuindo com funcionários da área de Educação e de assistência social, os quais proporcionam às crianças acompanhamento escolar e demais atividades educacionais, além de reforço alimentar. A Polícia Militar Ambiental contribui efetivamente com o aprimoramento do caráter, da disciplina e do senso de responsabilidade das crianças, ministrando-lhes instruções de Moral e Cívica e, especialmente, de Educação Ambiental.
Em 1998, a partir de parcerias com Prefeituras e outros órgãos, a PMA pôde implantá-lo em mais 04 municípios: Corumbá, Três Lagoas, Bataguassu e Bonito, onde foi fundada pela prefeitura, a “Praça do Florestinha” de Bonito, localizada na Avenida principal daquela cidade, onde há uma estátua de bronze de uma criança fardada.
Em 2006, em parcerias com as prefeituras de Jardim e Guia Lopes da Laguna foi possível implantar o projeto nestes municípios e atender mais 100 crianças. Em 2008 foi implantado com 200 crianças em Três Lagoas. Em 2009 foi implantado em Aquidauana e Anastácio, com mais 120 crianças. Em 2010 foi implantado o projeto em Coxim.
Em abril de 2015, a PMA, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) iniciaram atendimentos para mais 60 alunos, em prédio novo, construído para o Projeto Florestinha. O prédio está localizado no Parque Estadual Matas do Segredo, onde as atividades do Projeto iniciaram-se em 1992, no Jardim Presidente e possui espaço amplo e quadra de esportes.
Também em 2015, o Projeto iniciou atividades em Costa Rica, com 50 crianças e, em 2017, as atividades começaram em Dourados, também com 50 florestinhas. No dia 10 de março de 2020, inaugura-se mais uma Unidade do Projeto, com 60 crianças no Distrito de Nova Porto XV, no município de Bataguassu, em prédio construído com apoio da Justiça e Ministério Público do Trabalho e mobília adquirida pela Prefeitura Municipal, que é parceira no Projeto. Em 2021 iniciou-se outra Unidade de Projeto na cidade de Amambai, com 50 crianças.
O Projeto Florestinha é reconhecido pela UNICEF e foi homenageado pela Câmara Municipal de Campo Grande, com o prêmio “Ecologia e Ambientalismo”. Várias crianças que por ele passaram tornaram-se jornalistas, geógrafos, advogados, engenheiros e vários outros profissionais que reconhecidamente admitem a influência do projeto no encaminhamento de suas vidas.
O projeto visa, entre outras coisas, a enfrentar o problema da marginalidade e da criminalidade crescente entre os jovens de bairros periféricos, uma vez que eles são expostos a essas mazelas da sociedade. A proposta é de não deixar que os atendidos pelo projeto venham a fazer parte dessas estatísticas. A educação, desenvolvimento artístico e cultural e recreação oferecida aos assistidos constituem as bases do projeto que, além de sociabilidade entre eles, cria também o significado de hierarquia militar e respeito ao próximo.
As crianças utilizam o mesmo fardamento dos policiais militares ambientais, inclusive, em são instituídas as promoções como na carreira militar (de Soldado a Coronel), tendo como critérios principais para alcançá-las, as notas escolares, comportamento e antiguidade no Projeto. As promoções são importantes para a autodisciplina. Ou seja, um Oficial não se comportará com indisciplina próximo de um florestinha de posto inferior.
Desde o ano de 2001, as crianças do Projeto da Capital desenvolvem nas escolas públicas e privadas atividades de Educação Ambiental, por meio do teatro de fantoches, com peças sobre vários temas ambientais, além de se apresentarem nos mais diversos locais do Estado de Mato Grosso do Sul. Realizam também palestras em forma de oficinas com os seguintes temas: Plantio de Mudas, com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora, etc. Reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos. Visitação ao museu de animais e peixes taxidermizados (empalhados), com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres. Ciclo da Água, com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos). Casa da Energia. Trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar-condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso. Atualmente estão sendo atendidas 570 crianças no estado, tendo em vista que algumas Unidades aumentaram as vagas.