O presidente da Fiems, Sérgio Longen, participou, nesta quarta-feira (05/06), da quarta reunião do Comitê Empresa-Escola (Cempe). O encontro entre representantes do setor produtivo industrial, instituições de ensino e entidades públicas de Mato Grosso do Sul visa aprofundar as discussões sobre a melhoria do ensino e o atendimento das demandas do mercado de trabalho. A reunião foi realizada no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande.
Na avaliação do líder empresarial, o Cempe é o instrumento adequado para construir uma solução conjunta que promova melhores resultados na educação, por meio da união de esforços entre a iniciativa privada e o setor público.
“Com muito orgulho anunciamos que o Estado tem o melhor salário para professores no Brasil, mas quando olhamos nossos números de resultados na educação, eles são preocupantes. As empresas têm dificuldade na contratação de mão de obra, temos um grande número de pessoas que não buscam trabalho e, ao mesmo tempo, não conseguimos evoluir com essas pessoas, nem na educação, nem no trabalho. Precisamos melhorar nesse aspecto. Este comitê tem condições de criar um novo modelo, para que a gente invista nos alunos e também nos profissionais que estão no mercado de trabalho”, disse Longen.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Paulo Corrêa destacou o papel do poder legislativo na construção de soluções educacionais para Mato Grosso do Sul.
“A Assembleia Legislativa terá um grupo de trabalho, com a participação da Fiems, no sentido de fazermos a grande diferença na educação. Nosso governador Eduardo Riedel e o secretário de Educação, Hélio Daher, têm vontade de que isso aconteça, e a Assembleia Legislativa vai colaborar”, afirmou Corrêa.
Ao mencionar os níveis preocupantes de desistência e repetência no ensino médio no país, o mantenedor da Faculdade Insted, Pedro Chaves, defendeu a importância de promover debates com objetivo de reformular a sistemática de ensino.
“É necessário que a gente mude totalmente o modelo para motivar cada mais o aluno. Esse comitê veio no momento certo, reunindo empresas e escolas. Hoje a escola ensina algo que não é aproveitado nas empresas, por isso ela não gera empregabilidade”, pontuou Chaves.
O secretário estadual de Educação, Helio Queiroz Daher, elogiou a iniciativa proposta pelo Cempe no sentido de debater novos modelos de ensino, principalmente a educação profissional ligada às demandas da indústria e da sociedade.
“É sempre muito importante quando vemos que a pauta da educação se torna prioritária para o setor industrial. A sociedade em geral precisa começar a olhar a importância da formação na educação, para que possamos entregar estudantes bem formados”, afirmou Daher.
Ao defender a importância de repensar o modelo educacional voltado para o trabalho, o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Marcelo Turine, chamou a atenção para a mudança de paradigma nas relações sociais dos dias atuais.
“As crianças e adolescentes nas escolas hoje estão com outros sonhos e perspectivas, e muitas vezes nossos modelos escolares são tradicionais. Temos que cada vez mais acolher esses jovens com novas metodologias inovadores, que conectam a formação teórica com a prática”, frisou Turine.
A programação do encontro teve ainda apresentações dos quatro grupos de trabalho do Cempe (Jovens, Logística, Bioenergia e Pessoas com Deficiência) na visão de seus membros; balanço da missão do Sesi Educação à Ásia, em março; e lançamento do perfil do comitê no LinkedIn.
A participação no Comitê Empresa-Escola é voluntária, e as reuniões deliberativas serão realizadas trimestralmente. O próximo encontro está marcado para setembro.