A primeira formação continuada voltada a assistentes de educação infantil sobre as relações Étnico-Raciais afro brasileira e indígena, foi realizada nesta sexta-feira (2), no Cefor (Centro de Formação Lúdio Martins Coelho) na Secretaria Municipal de Educação (Semed), com a participação de 500 profissionais.
A formação é voltada aos assistentes de todas as 106 EMEIS (Escola de Educação Infantil) de Campo Grande, que atuam no grupo 2.
De acordo com o chefe da Divisão de Educação e Diversidade, Felipe Augusto da Costa Souza, o tema deve ser trabalhado desde o grupo 1, com crianças a partir dos 6 meses. “Por lei, o tema deve ser trabalhado por meio de danças, contos, músicas e isso estamos instruindo com a formação continuada”.
Souza explica ainda que também tem sido discutido a questão do pente usado para pentear uma aluna com cabelo crespo, por exemplo. “Tudo isso faz parte do assunto. Essa é a primeira formação para assistentes do grupo 2, mas em julho faremos para os profissionais do grupo 1 e 3”.
Uma das palestrantes, a indígena terena e mestre em educação, Kali Dias, contou sobre a abordagem da palestra. “A educação sobre os povos indígenas tem três vertentes, sendo a do lar, escola indígena e a temática sobre povos indígenas dentro da escola. Essa é o nosso foco”.
Kali fala ainda que a capacitação serve para levar a temática para dentro de aula. “Vivemos outro momento na história e a gente precisa inserir isso na vida das crianças desde pequenas”.
Assistentes na EMEI Sonia Helena Baldo Bernardo Dos Santos, Ana Cláudia Lima e Lucimar Mendes Soares falam sobre o dia a dia com os alunos e como aplicam o tema durante as aulas. “A gente coloca músicas, vestes, fala sobre o tema. Na minha sala tem alunos brancos, negros e indígenas e as crianças se dão muito bem”, disse Ana.
Segundo Lucimar, na sala em que é assistente também há uma mistura de etnias. “A gente sabe que o preconceito está no adulto, mas ensaiamos e mostramos desde cedo que todos somos iguais e criança aprende fácil”.
Eliane Sampaio atua como assistente infantil há quatro anos na EMEI O Bom Pastor. “A formação é muito proveitosa, a gente aprende muito sobre como não deixar morrer esse assunto”, concluiu.