A diretoria do São Paulo estava revoltada.
Havia considerado um exagero o Tribunal de Justiça Desportiva, da Federação Paulista de Futebol, considerar punir Calleri com até seis partidas de suspensão, por ele ter atirado ao chão o celular do jogador da base do Palmeiras, Felipe Goto.
O argentino poderá enfrentar o artigo 258 do Código Brasileiro Disciplinar do Futebol. A denúncia será feita pela procuradoria.
Mas os dirigentes são-paulinos também lembraram que Danilo, jogador do Palmeiras, usou um termo homofóbico ao se referir ao clube do Morumbi, após a conquista do título.
“Os cara tão cagado. Os bambi tá cagado!”, disse o jogador em uma gravação, feita, aparentemente, por ele mesmo. E distribuída nas redes sociais.
A reclamação dos dirigentes são-paulinos chegou até a procuradoria do mesmo Tribunal de Justiça Desportiva. E que deverá também fazer a denúncia.
Só que desta vez apelando ao artigo 243-G, por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Se condenado, a pena pode ir de cinco a dez partidas.
Mas que seriam cumpridas no próximo Paulista.
Bambi é um termo relacionado aos homossexuais.
A direção do Palmeiras já havia alertado aos atletas para se conterem, terem cuidado nas declarações, não ofender os adversários.
O treinador Abel Ferreira reforçou o pedido do executivo Anderson Barros.
Mas Danilo se excedeu.
A direção do São Paulo não está mais revoltada.
Considera que ‘a justiça’ tem de ser para os dois lados…
(No final da noite de ontem, Danilo se desculpou.
“Estou aqui para pedir desculpas a todos pela forma como me comportei depois da conquista do título paulista. Acabei me deixando levar pelo calor do momento e usei algumas palavras que não deveria ter usado.
“Sou negro, nasci no Nordeste e vim de família humilde. Jamais faria algo com a intenção de agredir ou ofender alguém. Quem me conhece sabe do meu caráter e de todas as dificuldades que superei para chegar a um dos maiores clubes do futebol mundial.
“Faço parte do elenco profissional do Palmeiras desde 2020 e sempre cumpri todas as regras. Dentro de campo, sou um atleta disciplinado, leal, que toma poucos cartões e procura fazer o melhor pela equipe. Mas, fora de campo, sou um ser humano que acerta e erra, como qualquer outro.
“Exagerei nas brincadeiras e, por isso, peço novamente desculpas. Sou jovem e estou disposto a aprender com tudo o que aconteceu.”)
Fonte: Esportes R7.