A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira (22), a Operação Partidas Dobradas, que tem por objetivo desarticular grupo criminoso especializado no registro de notas fiscais “frias” e na criação de empresas “fantasmas” para amparar o transporte e a entrada ilícita de produtos estrangeiros no Brasil.
De acordo com as investigações, a partir de 2018, o grupo foi responsável pela emissão de mais de 35 mil notas fiscais, as quais somaram aproximadamente R$ 200 milhões. A remuneração pela prestação desse serviço era feita de várias maneiras, dentre elas, o recebimento de um percentual sobre o valor global de cada nota fiscal.
Os documentos fiscais emitidos pelo grupo ampararam o transporte irregular em território nacional de variados produtos, tais como eletrônicos, pneus, agrotóxicos, cabelo humano, garrafas térmicas, copos térmicos, postes de concreto, cimento, dentre outros. Muitos desses serviram também para ocultar drogas, armas e mercadorias de maior valor agregado.
O transporte, por vezes, era realizado pelos solicitantes ou por terceiros. Já a receptação era intermediada por assessoria contábil, que criava empresas laranjas por curto período de existência, descartadas e substituídas periodicamente.
Parte dos produtos contrabandeados/descaminhados pelo grupo foram apreendidos, além de Mato Grosso do Sul, em Santa Catarina, Minas Gerais Goiás, Mato Grosso, dentre outros.
Na ação de hoje, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão, nas cidades de Ponta Porã, Dourados e São Paulo/SP, além do bloqueio de bens pertencentes aos envolvidos.
Participam da operação nove servidores da Receita Federal e 22 policiais federais. O nome da operação faz referência ao método contábil de mesmo nome.
PF.