Pagamentos em atraso, especialmente os impostos, esta é a situação de quase três em cada quatro empresas. Além disso, 77% fecharam o mês de abril em prejuízo. Assim, a queda do faturamento nos primeiros meses do ano, em função do fechamento forçado na maioria dos estados, bares e restaurantes acumulam dívidas.
A pesquisa nacional realizada pela Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, feita no começo de maio, em todo o Brasil, mostra que a reabertura gradual trouxe um pouco de alívio. Porém, quase metade dos estabelecimentos ainda estão fechando antes das 20hs, situação que leva 77% a trabalharem no prejuízo, no mês de abril e 82%, em março.
O reflexo disso é o atraso nos pagamentos, com 72% das empresas apresentando dificuldades para manter os compromissos em dia, como os impostos, aluguéis, água, luz, gás e fornecedores. Além disso, a pesquisa mostrou que a parcela de empresários com dificuldades em pagar os salários é alta.
Para o presidente da Abrasel MS, Juliano Wertheimer, a pesquisa é importante e reflete o que está acontecendo em Mato Grosso do Sul. “Assim como no restante do país, aqui também temos sofrido com o toque de recolher e com os fechamentos. Os horários permitidos como 21 horas, ou mesmo 22 horas, não estão dando o fôlego para o setor”, pontuou.
Juliano Wertheimer considerou que as medidas restritivas estão sufocando o setor, especialmente quem vive da noite. “Temos dialogado com o Poder Executivo, que tem nos atendido na medida do que acreditam ser possível, com base nos números da pandemia. Mas, ainda é pouco para que bares e restaurantes superem essa crise”.
“O quadro é grave. Quem sobrevive acumula dívidas e não tem faturamento para traçar um caminho de recuperação. As MPs trabalhistas ajudam, mas chegaram tarde. É importantíssimo destravar o crédito. A sanção pelo presidente Bolsonaro da nova rodada do Pronampe, já aprovada no Congresso, promete ser uma tábua de salvação para muitos. Mas ano passado vimos que houve muita resistência e burocracia de alguns bancos em liberar o recurso; espero que agora o processo seja mais rápido e fácil”, diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Assessoria.