Forte calor e chuva, característica dessa época do ano, é a combinação perfeita para o surgimento de escorpiões. É nessa época também que acontecem muitos acidentes com picadas, por isso é importante estar atento aos cuidados necessários para evitar o aparecimento e a proliferação desse animal peçonhento.
As principais medidas para garantir que o animal fique longe de casa são: manter quintais e áreas externas limpas e organizadas, removendo lixos, entulhos e sobras de construções, como madeiras, tijolos e telhas, fechar frestas de portas, janelas e ralos. Uma alternativa é colocar telas nesses locais e usar água sanitária nos ralos. Além disso, evitar de deixar resíduos orgânicos expostos, pois atraem baratas, um dos insetos que servem de alimento para os escorpiões.
De acordo com o médico dermatologista da Unimed Campo Grande e uns dos responsáveis clínicos pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Dr. Alexandre Moretti de Lima, existem algumas espécies mais comuns em Mato Grosso do Sul. “Aqui no Estado e em Campo Grande temos observado o aparecimento do Tityus Confluens, uma espécie de escorpião de coloração amarela e não tão venenosa como outras, mas que em alguns casos de picadas podem evoluir para um quadro mais grave, com necessidade de soro, especialmente quando o acidente é em crianças e idosos”, explica.
Dr. Moretti destaca que a maioria dos acidentes com picadas de escorpiões é considerada leve. “Mais de 95% dos casos de escorpionismo (picadas de escorpião) são considerados acidentes leves, onde o tratamento é somente com analgésico simples, como dipirona e anti-inflamatório, sem necessidade de aplicar soro antiescorpiônico. Em outros casos são prescritos analgésicos mais potentes. Uma outra opção é o bloqueio anestésico, um tratamento bastante utilizado e feito sob orientação médica em ambiente hospitalar.
Sintomas
A dor é o principal sintoma de uma picada, especialmente nos casos mais leves. Em casos moderados e graves o paciente apresenta sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia, hipertensão, palidez, salivação excessiva e, em casos mais graves, falência cardiopulmonar, levando o paciente a óbito.
“Quando ocorre um acidente com picada de escorpião o ideal é procurar imediatamente um serviço de atendimento médico mais próximo, onde será avaliada a necessidade de tratamento. É preciso estar atento porque esses casos que evoluem para manifestações sistêmicas, geralmente são muito rápidos e acontecem em torno das duas primeiras horas após a picada, sendo necessário correr contra o tempo para fazer a aplicação do soro”, detalha o dermatologista.
Acidente
Aos 19 anos de idade, Allison Victor dos Santos Moreira, foi picado por um escorpião na lateral do pé. “Na hora pensei que fosse uma formiga daquelas grandes que grudam na pele, mas a dor no local começou a aumentar como se fossem facadas entrando e saindo do meu pé, além disso passei a sentir calafrios, então ao ir até a cozinha me deparei com o escorpião”, relembra.
Quando se deu conta de que a picada era de um escorpião já havia passado cinco minutos. Na mesma hora, ele e o tio, com todo o cuidado, colocaram o animal peçonhento em um vidro com tampa e buscaram atendimento no posto de saúde do Bairro Moreninha III, onde morava na época.
“Chegando no posto de saúde aplicaram o soro antiescorpiônico e em pouco tempo fiquei bem. Se tivesse demorado mais um pouco em casa, talvez o final da história fosse diferente”, finaliza o publicitário, hoje com 26 anos.
Importante!
Embora não seja obrigatório levar o animal em um vidro com tampa para o local de atendimento, esse procedimento é importante para que o médico consiga identificar a espécie. “A identificação da espécie é importante porque algumas possuem maior concentração de toxinas, são mais venenosos, como o Tityus Serrulatus e o Tityus Bahiensis, por exemplo”, explica o médico.
Assessoria.