Falta de ar para realizar tarefas cotidianas, indisposição, camisetas cada vez maiores e 30 quilos a mais. Essas foram algumas situações enfrentadas por João Vitor Lima Pinto, 27 anos, formado em Direito.
Quando se deu conta, percebeu que as coisas do dia a dia o deixavam cansado, tinha dificuldade de subir escadas e de realizar atividades simples. “Isso despertou uma certa preocupação, então decidi que precisava perder peso e comecei uma dieta”, conta.
Determinado desde o início, João não saiu da linha, melhorou sua alimentação e começou a fazer atividade física. “No começo foi difícil, foram 45 dias de açúcar zero, reduzi carboidratos, não usei suplemento, mas comecei a fazer exercícios duas vezes ao dia. Corria de manhã antes de entrar no serviço e quando voltava para casa, no final do dia, pulava corda. Isso de domingo a domingo”, relata.
O relato de João, que incluiu bons hábitos em sua vida, ganha ainda mais força na próxima quinta-feira (4), quando comemora-se o Dia Mundial da Obesidade. A data, segundo o Ministério da Saúde, incentiva soluções práticas para ajudar as pessoas a alcançar e manter um peso saudável.
Pensando nisso, a médica e Coordenadora da Atenção Integral à Saúde da Unimed Campo Grande, Dra. Sandra Christo dos Santos, fala mais sobre o assunto. Confira:
O que é excesso de peso?
“O excesso de peso corporal, mais especificamente o acúmulo de gordura corporal, vem do “desbalanço” entre a ingesta calórica, a ingesta energética e o gasto dessa energia. O gasto calórico que o corpo faz em função das atividades cotidianas e físicas executadas. Se a ingestão é maior que o gasto, haverá um desequilíbrio e o excesso se acumulará na fórmula de gordura no corpo”, informa a especialista.
Por que há o excesso de peso?
De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão. Pessoas com obesidade são constantemente envergonhadas e culpadas porque muitos não entendem completamente a obesidade, que, como todas as doenças crônicas, tem causas profundas e complexas.
Por isso, “vale ressaltar que a questão do sobrepeso, da obesidade, não é tão simples assim. É preciso conhecer fatores causais que mostram a complexidade desse problema”, completa Dra. Sandra.
– Biológico – os genes por si só são uma condição propícia para o desenvolvimento dessa situação, mas ele precisa de um gatilho, e esse gatilho muitas vezes é o ambiente, nossa rotina e estilo de vida, mas não pode ser responsabilizado em sua totalidade sobre o excesso de peso.
– Estilo de vida – é construído desde a infância, portanto, tem uma forte participação da rede familiar, da cultura local e da sociedade.
– Comportamento alimentar – é como a pessoa se relaciona com o alimento, em termos de quantidade, qualidade e objetivo.
– Ambiental – para isso, é preciso refletir sobre o ambiente obesogênico, que é aquele que não facilita em nada de você desenvolver hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e inclusão de prática regular de atividades físicas.
– Emocional – em nossa jornada como seres humanos existe um aspecto que é o “meu papel no mundo”. Muitas vezes quando nos perdemos em nossos objetivos e durante o enfrentamento de situações adversas da vida, a frustração gerada nessas circunstâncias nos leva a fuga alimentar para compensar essa frustração, que muitas vezes nem consciência temos.
Dra. Sandra finaliza dizendo que “é necessário conhecer todos os fatores e se aprofundar neles para, desta forma, entender como isso afeta você. Um caminho para o processo do emagrecimento tem muitos elementos e a pessoa que decide por esse caminho precisa ter ferramentas para percorrer com segurança e, assim, construir um objetivo”.
“A perda de peso não significa ir para um peso padrão e sim encontrar o peso certo para você, que lhe representa, identifica e devolva qualidade de vida, autoestima e capacidade funcional”, conclui.
Assessoria Unimed.