Após meses de investigações, policiais prenderam os pais de um bebê de 9 meses e dois curandeiros em uma aldeia de Miranda, cidade distante a 203 quilômetros de Campo Grande, pela morte da criança em fevereiro deste ano, segundo a polícia, durante “ritual espiritual”.
Na época, o bebê foi levado para o hospital com queimaduras, lesões, formas circulares no corpo com tinta vermelha, envolto em uma coberta com pó preto e tinha consigo um terço com cruz no pescoço. Os pais alegaram que a criança estava com “sapinho” por isso levaram a ao hospital, mas depois de 40 minutos, foi constatado o óbito.
As lesões na criança pareciam ter sido feitas com cigarro e inclusive algumas já estavam em fase de cicatrização. No hospital, não houve constatação de sapinho. O laudo necroscópico concluiu que a criança morreu de septicemia – infecção generalizada, provavelmente decorrente de uma lesão na virilha.
Os pais quando interrogados deram versões contraditórias sobre as lesões e incompatíveis sob o ponto de vista médico, chegando a relatar que os ferimentos surgiram no mesmo dia e “do nada”. Só depois que os pais confessaram que levaram o bebê a uma dupla de curandeiros locais.
Na região, a curandeira presa seria conhecida por realizar rituais satânicos e magia negra e em depoimento disse que realizou ritual com a criança porque ela seria “santa”.
Os quatro serão indiciados pelo crime de homicídio qualificado pelo meio cruel e as investigações seguem no intuito de se identificar outros envolvidos.