O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) refletiu sobre a desigualdade social no mundo durante o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na quarta-feira (24), e disse que “muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria”.
“Os economistas, os governantes, as pessoas que têm poder de decisão, as pessoas que dirigem bancos de investimentos, bancos que fazem crédito, precisam compreender uma coisa: muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria, prostituição, analfabetismo, empobrecimento e fome”, afirmou.
Por outro lado, segundo Lula, “pouco dinheiro nas mãos de muitos significa exatamente o contrário”. “Significa sociedade próspera, sociedade com emprego, consumindo e vivendo decentemente.” As declarações foram dadas depois que o presidente terminou de ler seu discurso — focado na questão da desigualdade e da fome no mundo.
O presidente, se dizendo emocionado, afirmou que “a fome não é uma coisa natural, mas uma coisa que exige decisão política”. “Essa gente precisa ser olhada e não é possível que na metade do século 21, quando a gente já está discutindo até inteligência artificial, sem conseguir consumir a inteligência natural que todos nós temos, a gente ainda seja obrigado a fazer uma discussão, dizendo para os nossos dirigentes políticos: ‘por favor, olhem os pobres, porque eles são seres humanos, eles são gente, e eles querem ter oportunidade’”, completou.
A criação da aliança é a principal iniciativa do governo brasileiro na presidência do grupo das 20 maiores iniciativas do mundo, o G20. O lançamento oficial será na reunião de cúpula do grupo, nos dias 18 e 19 de novembro.
Além das nações que integram o fórum, que foram unânimes em apoiar a Aliança Global, países não-membros também podem adentrar à iniciativa. O evento desta quarta-feira, que acontece no Rio de Janeiro, conta com a presença de dirigentes de organizações como o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), além de ministros das Relações Exteriores, Fazenda e diversas áreas sociais de todo o G20.
*Com informações de Américo Martins, da CNN Brasil, e da Agência Brasil