A paralisação do transporte público em Campo Grande voltou a penalizar diretamente a população, sobretudo trabalhadores e estudantes que dependem diariamente dos ônibus para se deslocar pela cidade. Diante do novo episódio de greve, a vereadora Ana Portela (PL) fez um duro pronunciamento nas redes sociais, na madrugada de domingo para segunda-feira, 15, criticando a gestão do consórcio responsável pelo serviço e cobrando providências imediatas dos órgãos de controle.
Em um desabafo gravado por volta das 4h30 da manhã, a parlamentar afirmou não conseguir dormir diante do cenário recorrente de paralisações e da precariedade do transporte coletivo. Segundo Ana Portela, o maior prejudicado em todo esse processo é o cidadão campo-grandense, que “não pode continuar pagando o preço da má gestão”.
A vereadora questionou diretamente o consórcio, destacando números financeiros que, segundo ela, demonstram que o problema não é falta de recursos, mas sim falhas administrativas. De acordo com os dados citados, a empresa teria faturado em 2024 cerca de R$ 165,8 milhões, com uma folha de pagamento em torno de R$ 5,4 milhões. Para Ana Portela, os valores evidenciam que há margem financeira suficiente para cumprir as obrigações trabalhistas e manter o serviço em funcionamento.
“No meu entendimento, isso deixa muito claro que é falta de gestão. E aqui eu não estou eximindo a responsabilidade do Executivo”, afirmou a vereadora, ressaltando que buscou informações e confirmou que os repasses da Prefeitura estavam em dia até a sexta-feira anterior à paralisação.
Ana Portela classificou a greve como injustificável e afirmou que a população está sendo penalizada por decisões que não fazem sentido diante da realidade financeira do consórcio. Para ela, a paralisação ocorre “por simples maldade”, enquanto o cidadão comum arca com as consequências.
Além do posicionamento público, a vereadora foi in loco aos terminais de transporte, acompanhando de perto a situação enfrentada pelos usuários logo nas primeiras horas do dia. A presença nos terminais reforça, segundo aliados, a postura firme que Ana Portela vem adotando em defesa da população e contra o atual modelo de concessão do transporte coletivo.
A parlamentar também lembrou que o transporte público é um serviço essencial e afirmou que, caso a frota não estivesse circulando de forma adequada, o gabinete estaria à disposição para receber denúncias da população. Segundo ela, as informações coletadas poderiam embasar novas medidas judiciais para garantir o direito de ir e vir dos usuários.
Relatora da CPI do Transporte Público, Ana Portela tem histórico de enfrentamento ao consórcio. Ao final dos trabalhos da comissão, a vereadora apresentou um relatório contundente apontando uma série de irregularidades, como a circulação de frotas antigas, a inoperância do serviço, suspeitas de corrupção e o descumprimento contratual por parte da empresa.
No documento, Ana Portela também destacou a inércia da Prefeitura na fiscalização do contrato, apontando falhas do poder público em cobrar melhorias e garantir a qualidade do serviço prestado. O relatório final da CPI foi encaminhado ao Ministério Público e aos órgãos de controle, com pedido de apuração rigorosa dos fatos.
Entre as medidas sugeridas, a vereadora chegou a defender o indiciamento de ex-gestores, como Janine Bruno e Odilonzinho, além de diretores do consórcio, reforçando a necessidade de responsabilização pelos problemas enfrentados no transporte coletivo.
Para Ana Portela, o contrato atual não pode mais continuar. “Essa empresa não pode seguir operando nessas condições. Esse contrato precisa ser rompido”, afirmou, ao cobrar uma solução definitiva para um problema que se arrasta há anos e que, segundo ela, já ultrapassou todos os limites do aceitável.
A vereadora finalizou reafirmando seu compromisso com a população de Campo Grande, garantindo que não aceitará que os usuários sejam penalizados pela má gestão, seja do Executivo ou do consórcio. “Parem de tratar o cidadão campo-grandense como bobo”, declarou.



















