Em campanha nacional pela vacinação dos profissionais de imprensa, o Sindjor MS (Sindicato dos jornalistas) foi recebido pelo Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende. Portando uma faixa com palavras de apelo pela imunização, alguns jornalistas chegaram cedo à porta da Secretaria, liderados pelo presidente, Walter Gonçalves Filho.
Representando também o Sindjorgran (Sindicato dos jornalistas da grande Dourados),Gonçalves entregou ofício ao secretário com a pesquisa, de abril deste ano, feita nas redações da capital e interior, que levantou a grave situação dos jornalistas com 200 infectados pela Covid 19 e oito que perderam a vida atuando na linha de frente.
Abordado por repórteres logo na chegada, Resende explicou que reconhece a importância da categoria que faz o trabalho importante, inclusive contra as notícias falsas que circulam em redes sociais. Mas ao abordar o PNI (Programa Nacional de Imunização), logo após a primeira reunião com o Sindjor MS, foi informado que não havia aprovação para inserir a categoria.
“Infelizmente não posso deliberar sozinho”, afirmou Resende, explicando que certamente os estados agiram à revelia do PNI. No entanto, e diante dos argumentos do Sindjor MS, o secretário garantiu ao presidente do Sindicato que fará nova abordagem ao órgão federal que regulamenta a vacinação no País. Se o pedido for novamente negado, o Secretário disse que vai tentar pactuar com os secretários dos 78 municípios do Estado para que abram uma exceção.
Para que isto seja feito, os sindicatos terão que apresentar o número exato de jornalistas que precisam ser vacinados. Com profissionais acima de 60 anos e aqueles com alguma comorbidade já foram vacinados, a lista de 1300 profissionais que atuam no Estado pode diminuir e, por conseguinte, facilitar a aquisição de doses para imuniza-los.
O secretário destacou também que com a chegada de mais 51.500 doses de Astrazeneca, além das 34.420 da Pfizer que já estão nos postos de vacinação, profissionais de até 40 anos certamente conseguirão ser imunizados nos próximos dias. “Vamos acelerar a vacinação”, declarou.
Profissionais se arriscam todos os dias
A luta da categoria segue durante todo o dia de hoje com manifestações em várias partes do País. Além de eleger o azul como a cor oficial da luta pela vacina, a Fenaj (Federação nacional dos jornalistas) organizou material de divulgação e fará uma live logo mais às 18 h (horário do MS) com os profissionais. Destacando que os jornalistas estão inseridos na categoria de trabalhadores essenciais, de acordo com o Decreto 10288 de Março de 2020.
Além do risco da contaminação iminente, Walter Gonçalves explicou que muitos profissionais acabaram adquirindo transtornos mentais como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, devido ao medo constante de ser contaminado durante o trabalho.
Repórter de TV, Rodrigo Santos de 40 anos, considera uma contradição o fato da categoria não ser prioridade na vacinação. “Estamos indo a hospitais, laboratórios, buscando a informação essencial para as pessoas e nos arriscando todos os dias”, contou, acrescentando ainda que durante as coletivas de imprensa, por exemplo, é impossível evitar aglomerações. “Não existe organização específica”, reclama.
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