O Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em parceria com o Recanto Ecológico Rio da Prata, desenvolve uma ação ambiental na Fazenda Sombra da Serra, localizada na nascente do rio Miranda, no município de Jardim. A ação permite a manutenção de mudas que já haviam sido plantadas na região, com coroamento para retirada das espécies de gramíneas, assim como o plantio de outras 50 mudas, sendo 25 de sangra d’água, 15 de ipê branco e 10 de aroeira.
Esta ação faz parte do Projeto Cabeceiras do Pantanal, uma iniciativa do IHP em parceria com várias entidades no objetivo de proteger as nascentes da região do Planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP), devido a influência que o planalto tem sobre a dinâmica de todos os processos que ocorrem no Pantanal.
Um estudo realizado no projeto identificou a bacia do Miranda como a mais degradada do planalto do Mato Grosso do Sul. Assim, desde 2017, o Cabeceiras vem desempenhando diversas atividades no monitoramento desta bacia.
Além disso, o projeto busca, através do diálogo com os proprietários rurais, construir estratégias que protejam as nascentes e os ativos das propriedades.
A ação de recuperação das nascentes do Rio Miranda pode ter um efeito em toda a Bacia, conforme explica a secretária executiva do IHP, bióloga e Dra. em Ecologia e Conservação, Letícia Larcher. “A recuperação de nascentes e Áreas de preservação Permanente (APPs) é fundamental em todas as áreas, mas ganha ainda mais importância quando realizada em uma área ameaçada com a bacia do Miranda. As APPs desempenham um importantíssimo papel ecológico na manutenção dos recursos hídricos, conservando a diversidade de espécies de plantas e animais, controlando a erosão do solo e consequentemente, o assoreamento e poluição dos rios. Além disso, essas áreas (APPs) são instituídas pelo Código Florestal como áreas protegidas, e manter as metragens apresentadas na Lei é obrigação de todas as propriedades”.
“Em um estudo realizado nos últimos anos, foi possível avaliar como as APPs, junto com a reserva legal, conseguem amenizar as perdas de solo e produção de sedimentos. Mostra também, que ao controlar a erosão do solo, essas áreas reduzem os custos de reposição de nutrientes no solo nas áreas de agricultura, mostrando que elas contribuem não só para manter os processos ecológicos, mas para a economia local”, explica a coordenadora do projeto Cabeceiras e também bióloga e Dra. em Ecologia, Angélica Guerra.
Assessoria.