Nesta sexta-feira, dia 29, os serviços nas agências do Banco do Brasil em Campo Grande e no interior do estado estarão suspensos durante todo o dia. A paralisação ocorrerá em todo o Brasil e será um protesto dos bancários contra a reestruturação anunciada pelo banco, sem negociação prévia com os trabalhadores e o movimento sindical, no dia 11 de janeiro.
O plano de reestruturação prevê o fechamento de centenas de agências, postos de atendimento e escritórios em todo o país, além da demissão de 5 mil funcionários e a extinção do caixa. Na prática, isso também representa o desmonte do banco público, prejudicando ainda mais o atendimento à população.
As mudanças podem atingir 690 bancários na capital e no interior do estado. Na base do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e região, há atualmente cerca de 60 unidades do Banco do Brasil, com a reestruturação, pelo menos, três agências serão fechadas e três serão transformadas em postos de atendimento.
De acordo com a presidente do sindicato, Neide Rodrigues, as agências do Banco do Brasil já sofrem com desfalques, bancários sobrecarregados e serviço precarizado para a população, que ainda precisa enfrentar longas filas até ser atendida.
“Essa reestruturação não irá prejudicar apenas os bancários, o número de funcionários já está muito reduzido e o banco vem com essa proposta de reestruturação, piorando o atendimento para clientes e nem um pouco preocupado com a população, que já tem que enfrentar filas enormes todos os dias. Nossa luta também é pela manutenção do emprego desses trabalhadores, principalmente durante a pandemia, que é um momento difícil para todos”, afirma Neide.
O fechamento de agências em todo o país também representa um retrocesso para as cidades do interior. Vale ressaltar que 17,7% dos municípios brasileiros contam apenas com agências de bancos públicos. O BB tem 4.368 agências em todo o país e, sozinho, é responsável por 55% do crédito rural no Brasil, percentual que chega a 93% no Norte do país e a quase 80% no Nordeste e Centro-Oeste.
Enquanto banco público, além de ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento social e econômico do país com o financiamento da casa própria, o FIES (Financiamento Estudantil), a agricultura familiar e o agronegócio, o Banco do Brasil é altamente lucrativo, mesmo durante a crise da pandemia do coronavírus.
O lucro líquido do BB nos primeiros nove meses de 2020 foi de R$ 10,189 bilhões. No 3º trimestre de 2020, foi de R$ 3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao 2º trimestre do mesmo ano.
“Não há motivo para essa reestruturação, demitir 5 mil bancários e fechar agências. São ações que não vão contribuir com o crescimento do país, muito pelo contrário, vão gerar ainda mais desemprego, péssimo atendimento, porque não tem funcionário suficiente para atender o público, e municípios pequenos vão ficar sem o banco. Precisamos defender o Banco do Brasil, pois ele é forte, lucrativo e de todos os brasileiros”, conclui Neide.
Assessoria.