A eleição nos municípios de todo o Brasil segue em ritmo acelerado e no dia 6 de outubro os eleitores vão escolher seu prefeito e vereadores. Chama popularmente de “a festa da democracia”, as eleições parecem ser sempre a mesma coisa quando se fala em perfil de candidatos, propostas e as modinhas de marketing que tomam conta das redes sociais, grupos de WhatsApp e rodas de conversa.
Porém, é preciso ficar atento em relação alguns detalhes do processo eleitoral, principalmente o tipo e nível de proposta de trabalho que os candidatos andam apresentando nas reuniões e seus programas de propaganda. Quem explica os detalhes é o empreendedor e gestor de recursos humanos, Dendry Rios.
Especialista em humanização nas relações de trabalho, Rios atuou durante anos liderando o empreendedorismo e promovendo treinamentos voltados a transformação de pessoas comuns em empreendedoras de sucesso. Segundo ele, é preocupante a falta de propostas reais que inserem o empreendedorismo no dia a dia das pessoas.
“O que se vê nos materiais de divulgação é muito genérico e frágil. Os candidatos estão explorando as redes sociais para dizer que vão atrair novos negócios para gerar empresa e vão oferecer qualificação profissional a jovens e adultos. Até aí tudo bem, mas a pergunta que faço é como eles vão colocar isso em prática? É nesse momento que percebemos que os candidatos não possuem propostas concretas e realistas para oferecer ao eleitor”, destaca Dendry Rios.
Culturamente, os candidatos sempre discursam que vão melhorar a saúde, a educação, trazer mais cultura, fomentar o esporte, asfaltar mais ruas e atrair novas indústrias. “As propostas são tão vazias que se perguntar como será essa estratégia e planejamento de atrair novas indústrias ninguém sabe responder. Ou se perguntar ainda como é essa união de trabalho na gestão que relaciona os eventos esportivos com a economia local, percebemos um vazio nos discursos. Precisamos mudar essa realidade, pois quanto mais canais de comunicação temos, mais os candidatos estão falando assuntos vazios e não estão aproveitando a oportunidade que tem par falar diretamente ao eleitor sobre o que realmente impacta no seu dia a dia”, explica Rios.
Ainda de acordo com o gestor de recursos humanos, “o que se vê nas propostas é uma espécie de empresa sendo tocada sem planejamento, ou seja, fazendo por fazer e muitos acreditam que continuarão fazendo as táticas da velha política para este público novo com novas ferramentas nas mãos, que é a tecnologia”.
Para Rios, a transformação digital de uma sociedade precisa ser pauta principal dentro do plano de propostas de candidatos a prefeitos e vereadores. “Se não mudarmos a mentalidade e os hábitos da população, teremos uma gestão pública pautada apenas no assistencialismo e isso não pode ser o foco principal da campanha. Estão prometendo apenas assuntos que dão casa, comida e asfalto de graça. Errado não estão, pois uma fatia significativa da população precisa desse suporte para a sobrevivência, mas o discurso não pode deixar evidente que isso será para sempre, pois um povo precisa empreender para crescer e depender cada vez menos da máquina chamada Estado. O eleitor está mais atento e a galera estrategista de campanhas que tem por aí nos municípios ainda não entendeu. Estão fazendo política como se fosse na década de 90. Lamentável a falta de criatividade nas propostas e a falta de compromisso com o empreendedorismo”, desabafa o gestor.
Dicas para candidatos apertarem os passos nas propostas que transformam a população:
- Investir em eventos temáticos para fomentar a economia local nos municípios, unificando o artesanato a tecnologia e criando um calendário fixo de programação. Quanto mais atrativos de entretenimento e turístico uma cidade tem, mais ela atrai gente de fora e proporciona momentos de lazer e aquecimento nas vendas do comércio local.
- Implantar uma nova cultura de qualificação profissional, abandonando o modo antigo de oferecer treinamentos que nada tem a ver com a cultura econômica local e investir em cursos e treinamentos com conteúdos que acompanhe o desenvolvimento. Isso inclui tecnologia e formação técnica. Desta maneira estarão atendendo as necessidades locais e evitarão que jovens e adultos deixem a cidade que moram para trabalhar em outra.
- Criar um Banco da Gente, que fomenta o crédito para os pequenos negócios. Esse banco oferece apoio financeiro com juros baixíssimos e suporte de gestão para que o empreendedor possa aplicar os recursos de maneira correta que vá realmente melhorar seu negócio. A grande maioria do pequeno empreendedor de bairro nem sequer consegue uma linha de apoio em BNDES ou FCO de Banco do Brasil. Esses dois são para grandes negócios, infelizmente.
- Criar programas de redução de impostos municipais, no caso o ISS, para atrair novos negócios e dar uma força para empresas recém-criadas.
- Estreitar o contato mais direto com o Sebrae e outros órgãos do Sistema S. Atualmente esse contato é periódico e muitas vezes não chega a todos os empreendedores.
- Melhorar os serviços públicos nas áreas comerciais, como asfalto, segurança, iluminação pública, sinalização do trânsito, limpeza e rede de telefonia.
- Criar um programa de modernização da rede de telefonia e internet na cidade. Atualmente é uma vergonha a qualidade da Internet em praticamente todos os municípios brasileiros, com exceção aos grandes centros.
- Realizar parcerias com as cooperativas locais, como Sicredi, Sicoob e outras para fomentar a economia por meio da geração de eventos e créditos para as empresas e linhas de financiamento para os funcionários do comércio local. Atuar com uma cooperativa é muito mais vantajoso e lucrativo para qualquer tipo de negócio.
- Criar salas do empreendedor dentro das prefeituras, onde esse ambiente vai atender as necessidades dos pequenos empreendedores. Atualmente uma demanda do pequeno empreendedor é sofrida dentro dos órgãos públicos, pois ele entra na fila para ser atendido, enquanto os grandes negócios possuem equipe, assessores e esses conseguem ser atendidos mais rapidamente. Uma prefeitura e câmara municipal precisam se aproximar mais do público empreendedor.
- Realizar eventos tecnológicos com escolas e empresas para descobrir talentos do município. Isso fomenta a geração de ideias que melhoram inclusive o serviço público. Imaginem quantas mentes brilhantes temos nas escolas e empresas.
- Criar programa de formação profissional para usuários do sistema penitenciário, de modo que já tenham condições de ressocializar com o perfil empreendedor.
- Realizar eventos mensais para ouvir os empreendedores da cidade, como um “Café Empreendedor”. Esses momentos oportunizam ouvir as necessidades e os anseios desse público que acorda cedo e trabalha para fomentar o negócio e a cidade. Atualmente prefeitos e vereadores parecem se esconder dos empreendedores.
- Apoiar e dar condições para a criação de grupos de mulheres empreendedoras, cultura empreendedora indígena, entre outros. Esses grupos fomentam a cidade e organizam as entidades de classe.
- Criar políticas públicas e fluxos de trabalho que orientem os servidores públicos para fazer o contato com o setor produtivo antes de debater leis que impactam no dia a dia do comércio. Hoje em dia muitos empreendedores ficam sabendo de leis depois que elas já estão vigente e falta muito diálogo.
- Criar na cidade um Prêmio Empreendedor do ano, homenageando os empreendedores de diversos setores da sociedade e da área de produção. Isso agita o comércio local e fomenta a economia.
- Levar a cultura e disciplina de empreendedorismo para dentro das escolas municipais como atividades extras. Essas aulas podem se tornar grandes projetos dentro das escolas unindo a comunidade escolar com as demais famílias e o poder público.
- Realizar excursões para levar jovens da cidade para visitar grandes centros e cidades grandes nos eventos de empreendedorismo e desenvolvimento humano. São experiências inesquecíveis além de motivar e abrir novos horizontes com os participantes. Eles retornam para cidade cheios de ideias para realizar.
- Promover mutirão de revisão de legislações municipais para blindar a economia local. Temos muitas leis que permitem que empresas de fora atuem na cidade, não deixem nenhum investimento e acabam promovendo uma concorrência desleal com o comércio local.
- Realizar treinamentos para as empresas locais participarem de licitações vendendo para o poder público e isso faz a economia girar dentro da própria cidade.
- Oferecer suporte aos empreendedores para colocar seus produtos e serviços na Internet (e-commerce). Isso leva o nome da cidade e aumenta o rendimento das empresas. Esse meio fomenta o marketing, sistemas de software, ocupa a agenda de jovens e adultos, transporte e logística, entre outros.
- Oferecer cursos de publicidade e propaganda para incentivar a divulgação profissional dos pequenos negócios. Neste curso é possível fazer parcerias com agências de propaganda para atuar e ajudar as empresas locais. Quanto mais propaganda certa, mais vendas acontecerão.
- Construir um centro comercial que reúna os empreendedores em formato de feira cultural, feira tecnológica, feita da inovação, feira de tudo quanto é área. Neste local a prefeitura pode fazer agendas de eventos. Isso melhora as condições de oportunidades.
- Fomentar o turismo local com atrativos que unificam a comunidade local ao público externo. Isso se faz com criando pontos turísticos para visitas, fotos e praças modernas com sistemas de internet e sustentabilidade, entre outros.
Essas são apenas algumas propostas realistas e que turbinam qualquer sociedade. Atualmente se for levar ao pé da letra, é possível ter mais de 500 dicas e modelos de projetos e propostas que podem ser propostos na campanha e realizados durante a gestão. O empreendedor e gestor de recursos humanos Dendry Rios coloca seus contatos a disposição para contribuir com as ideias. O Instagram do profisisonal é @dendryrios.