Era um ano atrás, exatamente durante a segunda onda da Covid-19, que o prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) toma posse junto com os demais 29 vereadores que ocuparam seus devidos lugares na Casa de Leis, Câmara Municipal. Registros feitos pela imprensa local mostra aglomeração, festa “travava” a avenida do comitê do parlamentar antes e durante a vitoria.
Na data de ontem (26), o prefeito decide cancelar todos os eventos carnavalescos na cidade em 2022, devido às orientações mundiais da Saúde, o que chamou a atenção da população que já entende que ele deverá ser um dos candidatos a governador do Estado do Mato Grosso do Sul. De um lado, os que se prepararam para a festa de Carnaval para “desafogar” o bolso, e do outro, os que fielmente pedem que nem Carnaval e nem uma festa deveria ainda ocorrer na cidade, apesar de mais de 65 % da população estar vacinada com duas ou mais doses contra a doença.
O site CapivaraNews conversou com vendedores ambulantes, motoristas de aplicativos , parentes de pessoas que faleceram pela doença, entre outros para ouvir a opinião…
O empresário Valdinei Rosa, dono de uma empresa de materiais de construção no Bairro Centenário diz que é “hipocrisia” porque festas estão liberadas há tempos. “O que há de influenciar se sempre esteve tudo aberto, vai é me prejudicar. Sem falar o todo de baile em plena pandemia que teve pra eleger o Marquinhos, o povo pensa que a gente é besta”, destaca.
Em tom de desabafo, o empresário continua: “Fim de ano então, você vai ver o tanto de baile de rico da prefeitura escondido que vai ter, lá que ninguém vê, ninguém ouve né. Se aqui um uma grande cidade, agora um Carnaval desses pequenos. Acho que ele quer é seguir as outras cidades, pra não ficar feio pra ele e nem se queimar no filme. Está pressionado”, ressalta.
Dayane Leite, moradora do Bairro Santa Emília, comprou 10 engradados de cerveja, acreditando que a festa iria acontecer. O dinheiro viria para ajudar o irmão desempregado e a dar uma amenizada na situação com seus três filhos. “Nosso plano era dar uma desafogada nas contas, comprar umas coisas pras crianças. Agora com o fim do auxilio emergencial tudo ficou mais difícil”, salienta.
Adriana tem o marido Américo Athaíde, ele é eletricista e aumenta a renda como Uber a noite. “Tem que liberar tudo, porque já está liberado. Quem sabe se cuidar se cuida, e outra, o vírus já estava aí desde outro Carnaval, seria o momento de uma rendinha extra”,
Já o cabeleireiro Paulo Santiago, morador do Jardim Los Angeles, é completamente contra o Carnaval. Perdeu cinco familiares para o Covid e está esperando um bebê com medo do que esta por vir.
“Eu e minha esposa somos contra. Pra que uma festa desse tamanho, que vem turistas de outros lugares, onde já estamos em colapso mundial, festa espera. Espero que minha esposa e meu filho tenham saúde”, completa.
Blocos famosos como o “Valu” e o “Capivara Blasé” antecipam festas e podem ser conferidas nas redes sociais. Neste ano, os blocos fizeram o Carnaval deste forma on-line, sem público.