O Projeto “Espelhos da Terra” é resultado de anos de pesquisas e estudos sobre os povos originários do Estado pelo Artista Plástico Ghva, compreendida em toda sua trajetória artística. Além dos Kadiwéus, Guaranis e outras etnias, desta vez o projeto imerge na cultura Terena, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, com a ativação da campanha “Terena Resiste” em conjunto com o lançamento da exposição virtual, que começa no próximo sábado, 3.
“Primeiramente, surgiu a ideia de retratar essa comunidade, então convidei a fotógrafa Elis Regina Nogueira pra captar esses registros, diretamente com a comunidade, com os jovens Terena, eles assessoraram e fizeram esse link para escolher as pessoas a serem retratadas. Foram 3 dias de trabalho e 15 retratos feitos. Ela retratou a infância, a maturidade e a ancestralidade. No final, também trabalhei o retrato de lideranças póstumas, que já não estão mais neste tempo presente, mas a memória está aí. É uma forma de resgatar essas figuras”, explica Ghva. Entre as lideranças indígenas retratadas estão: Marçal de Souza Tupã-I, e os Caciques Enir Terena e Francelino Calixto.
Logo o Artista começou a trabalhar na composição das fotos, escolher as imagens que iriam para tela, usando até da terra da comunidade para compor sua arte, além das texturas que imprimem a iconografia da etnia Terena, com inspirações no artesanato, cestarias e traçados Terena. “Trabalhei essa camada de tinta com a terra da comunidade e depois levemente com a tinta acrílica e aplicações em couro, em lonas provenientes dos malotes de banco”, conta o Artista.
O projeto foi concebido para exaltar a cultura da etnia através dos retratos. É uma forma de homenagear os povos indígenas e valorizá-los através da arte. Contemplado pela Lei Aldir Blanc/Governo Federal/Sectur, o Espelhos da Terra também vem com a missão de angariar fundos para a comunidade. Entre eles mesmos foi decidido a retomada dos trabalhos culturais da Aldeia Urbana, com a reativação do grupo de dança.
Também fez parte do projeto a oficina autorretrato e pintura, realizada este ano, que contou com 15 jovens da Aldeia Urbana. As telas produzidas por eles participarão da Exposição juntamente com as obras do artista, no Memorial das Culturas Indígenas, no dia 3.
Terena Resiste
A campanha “Terena Resiste” será realizada por meio da venda de 75 infogravuras (impressões digitais de fotos em alta resolução) das 15 obras que compõem a exposição Espelhos da Terra, de autoria de Ghva, numeradas, datadas e assinadas cada uma a R$ 100,00. A proposta é atingir a meta de R$ 7.500,00 e toda renda será revertida para a comunidade. As vendas serão autogeridas pelos representantes da Aldeia no projeto, e os recursos serão recebidos diretamente pelo Cacique Josias Jordão.
“O evento será dia 3, faremos o lançamento da exposição e a abertura da campanha “Terena Resiste”. O investimento será revertido ao grupo de dança da comunidade, os figurinos, instrumentos musicais… É um grupo grande e estamos com o pensamento positivo que vamos vender tudo, as obras estão bem bacanas, num tamanho legal”, endossa Ghva.
As telas originais não serão vendidas, apenas as infogravuras. O Artista ainda pretende circular com o projeto pelo país, a começar por Brasilia – DF, onde as negociações estão a todo vapor. “Quero ver a possibilidade de também levar uma nova série dos Guaranis, com comunidades de Dourados”, conta.
A Exposição da Série “Espelhos da Terra” será apresentada virtualmente, via canal do artista no YouTube @ghvamauricio, com resenha crítica do professor e ensaísta DB Frattini, imagens e edição de Cátia Santos (Caleidoscópio), retratos originais de Elis Regina Nogueira, produção de Caroline Garcia (Pasárgada Arte e Cultura), Artes Gráficas Nikcolas Rodrigues, Assistência de produção local Bryan Dias Soares e Bianca Francelino de Souza.
Rede do projeto: Instagram: @espelhosdaterra, @festivalmbaepora Youtube: @ghvamauricio.
Para adquirir as infogravuras e participar da campanha ligue para 067 – 99332-7890.
O Artista
GHVA trabalha na concepção de que os projetos comunitários precisam gerar um intercambio que seja positivo a todos. Não só ao artista que faz a pesquisa sobre aquele povo, mas sobretudo apoiar os protagonistas e sua causa. Nesse sentido o projeto propôs uma série de ações para trazer visibilidade e apoiar a causa indígena em suas diferentes etnias e aldeias.
Assessoria.