Em Campo Grande, a primeira dose da vacina contra a Covid-19 está novamente suspensa. Apesar da cidade ter a maior população de MS e ser o destino para pacientes de todo o interior, a secretaria estadual de Saúde resolveu destinar mais de 165 mil doses da Janssen para apenas 13 municípios, em detrimento da Capital e outras 65 cidades.
A CDL Campo Grande lamenta que nem sequer as doses que tiveram seu prazo de validade estendido por mais 6 semanas, passando da validade de 3 meses, para 4 meses e meio, virão para os campo-grandenses. “Para Campo Grande vem os pacientes, como apontou a auditoria da Prefeitura, as medidas de restrições, mas as vacinas da Janssen, ainda que de certa forma “vencidas”, pois tiveram seu prazo de validade modificado, não virão para atender a população”, lastimou o presidente da CDL, Adelaido Vila.
Adelaido ressaltou que a logística não faz sentido. “Se considerarmos que a rede hospitalar na capital é mais equipada e preparada para atuar no tratamento dos pacientes com Covid-19 e outras comorbidades já pré-existentes, a lógica é imunizar a população local de forma a reduzir as internações e abrir vagas hospitalares para o interior”. E, completou: “É mais rápido reduzir o número de pacientes da capital com a imunização via vacina, do que se construir unidades de terapia intensiva no interior”.
Para Adelaido Vila, Campo Grande e mais 65 municípios deveriam estar na programação do recebimento dessas vacinas, que serão mandadas para apenas 13 cidades da fronteira. “Entendemos que se não houver um certo rigor na comprovação de residência, além de não vacinar 66 municípios do estado, estaremos fazendo o dever de casa dos países vizinhos e imunizando a população paraguaia e boliviana”, ressaltando que “Campo Grande aguarda inclusive mais doses de Coronavac, Pfizer e Astrazeneca, que estão com a primeira dose suspensas, por enquanto”.