Ainda não muito conhecida, a Doença de Crohn é uma enfermidade autoimune que causa uma inflamação crônica no trato gastrointestinal. Estima-se que 3 a cada 100 mil pessoas desenvolvam a condição ao longo da vida, segundo o Ministério da Saúde.
A origem da doença ainda é desconhecida, mas sabe-se que a genética é extremamente importante para o desenvolvimento. Dra. Luciane Milani, gastroenterologista do Hcor, explica que outros fatores socioambientais também podem contribuir. “O uso de antibióticos nos três primeiros anos de vida deve ser evitado, assim como a hiper-higienização das crianças. Para pessoas mais velhas, o tabagismo é um fator de risco, assim como o uso de algumas medicações no longo prazo e a ingestão excessiva de produtos industrializados”, aponta.
Ainda de acordo com a especialista, os principais sintomas variam de acordo com a região acometida pela doença, já que ela pode se manifestar da boca até o ânus. “Em casos com focos gástricos, é importante ficar atento a dores de estômago que não passam e perda de peso. No intestino, o mais comum é a dor abdominal, diarreia, anemia e até mesmo o aparecimento de furúnculos próximos às nádegas”, detalha.
Quando a Doença de Crohn se manifesta em outras partes do corpo, pode causar dores nas articulações das mãos, punhos, cotovelos e joelhos. Na boca, os sintomas mais frequentes são as aftas ou pequenas lesões que não cicatrizam. “É importante ressaltar que, se qualquer um desses sinais durar mais de cinco dias sem pausa, deve-se buscar atendimento médico, pois quanto antes a doença for diagnosticada, mais eficaz será o tratamento”, alerta a médica.
Assim como os sintomas dependem da região mais acometida pela inflamação, o tratamento também varia de acordo com a sintomatologia e a gravidade da condição. Por isso, os remédios indicados são individualizados. Por serem medicamentos para a vida toda, a adesão ao tratamento é o que vai possibilitar a melhora clínica do paciente.
“O nosso objetivo é promover a qualidade de vida dessa pessoa, evitando complicações da doença no futuro, como a formação de abcessos abdominais e perianais. Vale sempre reforçar a importância de se manter uma boa alimentação, exercícios físicos, combater o tabagismo e sedentarismo e não hesitar na hora de procurar ajuda médica”, aconselha Dra. Luciane.