Segundo dados divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Pesquisas), cerca de 3 milhões de pessoas prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2022. Com o tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania do Brasil”, apenas 32 pessoas conseguiram atingir a nota máxima na redação, e cerca de 1,1% dos candidatos atingiram o patamar dos 900 pontos.
Diante desse cenário desafiador, a professora Milla Borges, que acumula oito anos de experiência na orientação de redações para vestibulares, elaborou uma abordagem educacional própria, visando promover a escrita autoral e o pensamento crítico entre seus alunos. Uma crítica veemente aos “modelos prontos”, a especialista em Língua Portuguesa ressalta que o cenário atual do ensino da redação é dominado por uma estrutura inflexível, na qual os alunos são compelidos a memorizar e encaixar o tema proposto em um único parágrafo.
“Nós já vivemos nesse momento em que as respostas são muito prontas. Integramos a geração Google: tudo muito mastigado. Agora, com o advento das inteligências artificiais e o chat GPT, nós sabemos que o aluno precisa de mais estímulo. Frequentemente, a sociedade subestima suas capacidades. Algumas pessoas exigem que esses jovens decorem um formato de texto, afirmam que ele serve para tudo, mas, no dia da prova, o que acontece é que o tema não se encaixa nesse formato, ou, ainda, devido ao nervosismo, o estudante esquece uma parte do que memorizou e isso prejudica todo o seu desempenho”, explica.
Por isso, Milla possui a convicção pedagógica de que os resultados positivos dos seus estudantes são provenientes da sua metodologia, que se pauta na autonomia de pensamento. Mais de 95% dos alunos matriculados em seu curso, por dois anos consecutivos, tiram notas acima de 900, uma conquista que é viabilizada através do estímulo ao pensamento crítico e construtivo.
Milla ainda ressalta que o ENEM traz, todos os anos, um problema social. Desta forma, é necessário ensinar não apenas um modelo pronto, mas sim a como pensar. Ela enfatiza que sua missão consiste em “empoderar os alunos por meio do conhecimento, visto que são agentes históricos, contextualizados, inseridos no mundo, e devem observar seu entorno e questionar – como os filósofos antigos buscavam a verdade das coisas”.
Seu método se pauta nisso: em dar ferramentas para que o aluno consiga seguir uma linha lógica de raciocínio capaz de levá-lo a questionar e a compreender os problemas da nossa sociedade, afinal, são esses que o ENEM apresentará aos vestibulandos como um tema: “E é isso que empodera o aluno de fato. Por isso que o meu aluno chega no dia da prova sem ter medo do que vai ser proposto a ele”.
Para esse objetivo, a professora de redação separou cinco perguntas que o estudante deve se fazer, articulando o argumento e o tema. São elas: “Por que isso é um problema?”, “Quem é que sofre com esse problema?”, “Quais são as suas raízes?” “Quais são os seus impactos para a sociedade?” e “O que impede hoje que esse problema seja resolvido?”. A partir desses questionamentos, o estudante consegue analisar o problema proposto na prova sob uma perspectiva que lhe permite compreender melhor o funcionamento da sociedade, além de acumular argumentos substanciais para debater e responder a essas questões.
O grande benefício desse método reside na confiança que o estudante adquire ao encarar o dia da prova, ciente de que possui uma metodologia que lhe permite pensar de maneira autônoma e crítica sobre qualquer tópico. Isso proporciona segurança ao aluno, pois ele sabe que dispõe das ferramentas necessárias para formular argumentos sólidos.
A mestra em Educação pela PUC/RJ ensina como escrever para a vida, de modo a transcenderem a esfera da prova e aplicarem esse conhecimento na faculdade e até em entrevistas de emprego: “Ao abordar os problemas sociais, por meio de questionamentos, estou auxiliando o aluno a adotar uma postura crítica em relação ao mundo em que vive. Isso o torna um cidadão mais ativo na sociedade, capaz de discernir com maior profundidade, tomar decisões embasadas e resistir à manipulação da mídia e à influência dos discursos políticos”, destaca.
Milla ainda completa: “Os conhecimentos adquiridos serão empregados na vida diária, contribuindo para uma comunicação eficaz, habilidades de escrita sólidas e uma reflexão crítica sobre nossa sociedade. Trata-se de fortalecer os jovens, não de subestimá-los, nem de fazê-los crer que são incapazes de pensar. Meu objetivo é empoderar esses alunos através do conhecimento, algo que ninguém pode tirar e que os acompanhará ao longo de suas vidas”.
Quem é Prof. Milla Borges
Professora Milla Borges é formada em Letras pela Estácio, especialista em Língua Portuguesa pela UERJ e mestra em Educação pela PUC Rio. Com oito anos de experiência em redação de vestibular, sobretudo no ENEM e na UERJ, tem como diferencial a sua metodologia de ensino, que busca estimular a escrita autoral e crítica dos alunos.
No ano de 2018, a professora teve o primeiro aluno que tirou nota 1000 na redação do ENEM. Em 2021, ela teve o privilégio de ter duas alunas também com nota máxima e, em 2022, orgulhosamente, mais três alunas suas alcançaram a tão sonhada nota 1000.
A paixão da professora Milla Borges pela escrita e pelo ensino da Língua Portuguesa se reflete em sua abordagem pedagógica. Ela é uma crítica ferrenha dos “modelos prontos” e acredita que a escrita autoral é a chave para o sucesso acadêmico e pessoal dos estudantes. Sua metodologia é pautada na criticidade e na autonomia de pensamento dos alunos, encorajando-os a desenvolverem suas próprias ideias e opiniões sobre os mais diversos assuntos.
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