Mães que moram na região dos Bairros Vida Nova, Jardim Anache e Nova Lima, estão revoltadas com o fato de um prédio que, segundo elas, era pra ser uma Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) estar abandonado há alguns anos. Várias delas precisam deixam os filhos na unidade para conseguir trabalhar, mas não conseguem vagas, ou quando conseguem são em outras unidades distantes da região.
É o que explica uma das mães, Izamar dos Santos, de 28 anos, que tem dois filhos, uma de 3 e a outra de 4 anos. “Desde quando eles nasceram, após 4 meses de idade, já fiz a pré-matrícula para conseguir vagas nas Emeis, mas até hoje nada. A Prefeitura me informa que estou em uma lista de espera. Onde moro, no Bairro Vida Nova, tem um prédio que está abandonado, que era pra ser uma créche, mas virou ponto de usuários de drogas. Lá o mato é alto, tem lixo, o que pode aumentar o risco de doenças como: a Dengue”, disse.
Ela afirmou que além dela, outras mães da região passam pela mesma situação. Izamar falou que não tenho condições de pagar uma babá, que mora de aluguel e o dinheiro não dá, e que se a unidade não estivesse abandonada, poderia ajudar várias outras pessoas, não só ela. “Outras mãezinhas também estão nessa fila de espera em busca de uma oportunidade. Além disso, se abrissem aqui, iria gerar mais empregos pra região”.
A moradora informa que acabou perdendo vagas em outras unidades, porque ficam longe da onde ela mora. “Antes de nós, tinham 95 crianças na fila de espera, passou o tempo esse número desceu para 25, então a Prefeitura me ligou informando que havia disponibilidade em uma unidade escolar, só que era no Jardim Presidente, ou seja, longe da onde moro. Não tenho condições de ficar pagando passe de ônibus para levar as crianças. Aí me colocaram lá atrás da fila”.
Izamar destacou que se conseguisse um lugar perto, iria poder trabalhar e não ficar só dependendo de programas sociais. “Eu só queria um lugar perto de mim para que eu pudesse estar levando meus filhos, é um direito deles e meu, além disso, eu conseguiria arrumar um serviço, porque a única renda que tenho é do Bolsa Família e do Mais Social, só que não dá pra eu arcar com as contas dentro de casa e pagar outras coisas”, finaliza.
A assessoria de comunicaçao da PMCG informou na tarde desta sexta-feira (7) que a obra em questão é a do Jardim Anache, que está em reformulação de orçamento, para que possa seguir para uma nova licitação. O objetivo da Prefeitura é que a obra seja retomada até o final de 2023.
Sobre as vagas, disse em nota que “atualmente existem 106 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) em Campo Grande, que atendem 20.301 alunos dos grupos 1 (a partir de 4 meses) ao grupo 5 (crianças que completam 5 anos até 31 de março). Cumpre esclarecer que parte das 99 escolas de ensino fundamental também oferecem as etapas obrigatórias de ensino da educação infantil, que são os grupos 4 e 5.
A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) disponibilizou, para o ano letivo de 2023, total de 6.404 novas vagas nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs). Para o ano letivo de 2022 haviam sido disponibilizadas 5.678 novas vagas.
É importante esclarecer que não há déficit de vagas para os alunos das etapas obrigatórias do ensino fundamental da REME – alunos de 4 e 5 anos -, todos os que solicitam vagas, são prontamente designados para uma unidade escolar, onde a matrícula pode ser efetivada.
Já a Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande informa que:
As duas solicitações da mãe Izamar dos Santos foram atendidas dia 20/04/2023 na EMEI Olinda Toshimi, porém a responsável não efetivou a matrícula. Permanece na espera para as EMEI Jasmin Ibrahim e Regina Vitorazzi, onde não tem disponibilidade de vaga no momento. Foram ofertadas vagas em outras unidades, no entanto a responsável não tem interesse nas unidades ofertadas.
(Matéria editada às 17h26 para acréscimo de informações.).