O anúncio da queda na taxa de juros do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) Empresarial a partir de maio já provocou uma maior procura por crédito para empreendimentos dos setores de comércio e de serviços em Mato Grosso do Sul. A informação foi dada pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), após a última reunião do CEIF-FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO).
“Existia um represamento do FCO Empresarial por parte dos tomadores, que aguardavam uma mudança na taxa de juros. Com a alteração para taxa fixa ou variável, nós tivemos um avanço. Neste ano, temos o maior número de cartas-consultas empresariais apresentadas, analisadas pelo CEIF, principalmente dos setores de comércio e serviços”, comentou o secretário Jaime Verruck.
Conforme Resolução do Banco Central, no FCO Empresarial, que abrange os setores de Comércio, Indústria e Serviços, Turismo e Infraestrutura, a partir de 2 de maio será possível escolher entre taxa pré-fixada ou pós-fixada. A taxa de juros, que hoje varia de 13% a 14% cairá para em média 6,5% dentro da nova sistemática. Com a medida em vigor, a expectativa do Governo do Estado e do setor produtivo é de que a demanda dos empresários pela linha fosse ampliada em 2022, situação já observada pelo Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO.
Na última reunião do CEIF-FCO, realizada em 11 de abril, foram deliberadas 202 cartas consultas totalizando R$ 282.774.872,26. Foram analisadas 29 cartas consultas Empresariais, totalizando R$ 22.392.217,74; e 173 cartas consultas Rurais, totalizando R$ 260.382.654,52.
“Temos R$ 2,3 bilhões disponibilizados para contratação de empréstimos via FCO neste ano em Mato Grosso do Sul, um valor recorde. Metade desse recurso deve atender projetos nas áreas de indústria, comércio, serviços, turismo e infraestrutura”, lembra o secretário Jaime Verruck.
A preocupação agora, de acordo com o titular da Semagro, envolve o crescimento das demandas do agronegócio sul-mato-grossense por recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste. “Temos um crescimento exponencial no FCO Rural, de tal forma que já há uma sinalização de um esgotamento do recurso nesse segmento. Tudo o que já foi internalizado das demandas do Rural no Banco do Brasil, já se aproxima do teto de 50% para o ano. O banco está depuração para ver se termos espaço para avançar no Rural, mas já há um sinal claro de esgotamento”, afirma o secretário.
Na avaliação de Jaime Verruck, essa alta procura do agronegócio por crédito no FCO é um reflexo dos indicadores atuais da economia sul-mato-grossense e da política de desenvolvimento do Governo do Estado. “Ainda temos uma concentração dos contratos na aquisição de máquinas e equipamentos, mas queremos direcionar para projetos de suinocultura, avicultura, irrigação e recuperação de pastagens e energia fotovoltaica. Nosso foco é a diversificação do Rural”, ressalta.
O titular da Semagro informa que é aguardada a divulgação de uma linha específica do Banco do Brasil para armazenagem, irrigação e sistemas fotovoltaicos. “Há previsão de que o banco divulgue essa nova linha até o final de abril, com juros compatíveis, para ajudar o FCO”, finalizou Jaime Verruck.
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