Consultar a situação de um veículo é tarefa simples: basta acessar a página do Detran na internet e informar alguns dados para conferir a existência de eventuais multas ou débitos. A situação fica complicada quando é preciso monitorar dezenas ou até centenas de veículos, conduzidos por diversos motoristas, como ocorre em empresas ou órgãos públicos, por exemplo. Nesse caso, administrar a frota torna-se uma atividade altamente repetitiva e sujeita a falhas humanas, como erros de digitação ou esquecimento.
Gerenciar um grande volume de dados de forma eficiente é uma dificuldade comum para empresas, seja para pagar faturas de água e energia elétrica ou realizar processos internos que demandem repetição de rotinas. Um dos caminhos encontrados para otimizar essa gestão é a Automação de Processos Robóticos (RPA).
Por meio dessa tecnologia, são desenvolvidos robôs que executam tarefas repetitivas, gerando economia de tempo, pessoal e recursos para as empresas. Funcionários que antes ficavam sobrecarregados com a alta demanda passam a focar em atividades e decisões mais importantes.
O Sistema Fiems já implementou 25 robôs para essa finalidade, com economia estimada de R$ 879 mil nos últimos três anos. O gerente de Tecnologia da Informação da Fiems, Paulo Nonato, apresentou exemplos da Automação de Processos Robóticos durante o RPA & AI Congress Roadshow, em Campo Grande, no mês passado.
Um dos casos de sucesso da Fiems foi a gestão de dados durante o período de testagem rápida da covid-19 entre os anos de 2020 e 2021. À época, mais de 20 mil testes foram realizados gratuitamente junto à população em Campo Grande e outras cidades do interior do Estado. Paulo Nonato detalha como robôs da Fiems alimentaram os sistemas do Ministério da Saúde com informações sobre resultados dos testes.
“No auge da pandemia, o site do Ministério da Saúde apresentava lentidão e indisponibilidade. Era muito trabalhoso para uma só pessoa monitorar essa instabilidade e ainda ter de lançar um grande volume de informações. Implementamos a robotização no processo e conseguimos tirar todo o componente humano, substituindo por robôs. A tarefa, que levaria até seis meses para uma só pessoa executar, foi feita em 20 dias pelo robô”, relata.
Na avaliação do gerente, as empresas que têm buscado a robotização conseguem obter retorno muito rápido sobre o investimento, uma vez que os robôs atuam em processos internos já existentes.
“O objetivo da robotização é aumentar a produtividade e contribuir para a melhoria da gestão de pessoas. Quando a empresa implementa um robô para substituir tarefa humana, ela não substitui a pessoa, mas sim, dá oportunidade para que essa ela desenvolva tarefas mais nobres e rentáveis. Isso ajuda a melhorar a qualidade de vida do colaborador”, conclui Paulo Nonato.